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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pensamentos positivos

"Mente em boa forma é a base para boa saúde e longevidade. A mente é a fabrica dos pensamentos que se manifesta de acordo com 4 padrões: (1) positivos, (2) negativos, (3) necessários e (4) desnecessários. Quanto mais a mente opera no nível de pensamentos positivos e necessários, mais a energia da alma é preservada. Um pensamento positivo produz efeito curativo em si e nos outros. Um pensamento positivo gera bênçãos e cria uma sociedade harmoniosa."

BK Vinny Jaydee



Não se importe com o que-é. Imagine do modo como você quer que seja, assim sua vibração se torna um compatibilizador com seu desejo. Quando sua vibração é compatível com seu desejo, todas as coisas em sua experiência gravitam para se encontrar com aquela compatibilização sempre.

ABRAAM HICKS



Verdade



"O que precisamos fazer para seguir os princípios da verdade? A fortuna nos acompanhará amanhã quando agirmos com verdade agora. Nossa vida será cheia da felicidade. E o segredo para isso é não tomar tristeza de ninguém. Caso contrário, a memória daquela tristeza voltará sempre para machucar nosso coração. Deus é ilimitado, Ele ama todos. Sejam eles como uma rosa, um jasmim ou um espinho. Todos são transformados através do amor Divino. Eu também posso transformar a tristeza do outro através de minha verdade interior."

Dadi Janki



Humildade 1



Humildade significa estar aberto para aprender e para mudar. A humildade é o fruto do auto-respeito. Uma pessoa humilde nunca tem medo de ser vulnerável e nunca teme a perda. A humildade traz a certeza sem dogma. O que precisamos está sempre dentro de nós. Nada e ninguém podem tirar esses recursos inerentes a nós. A humildade nasce da segurança interna, deixando-nos prontos para comunicar, cooperar e experimentar novos pensamentos e idéias.

Anthony Strano



Humildade 2



A humildade cria o entendimento de que nós não somos "tudo", nem somos "nada". Ela nos mantém equilibrados. Se não estamos apegados às nossas boas qualidades nem às nossas fraquezas, podemos lidar com ambas. Quando amamos e cultivamos as nossas qualidades positivas, elas aumentam e servem aos outros. Por outro lado, por meio da atenção e honestidade, as nossas fraquezas diminuem.

Anthony Strano

Responsabilidade



É nossa responsabilidade sermos perdoadores, amorosos e misericordiosos para com nós mesmos, e então, para com os outros. Nós não devemos sofrer ao vermos os outros em sofrimento, isso não os ajudará. Devemos, portanto, dar a eles a felicidade. Com honestidade e amor, se sou responsável por mim mesmo e sei que isso é o que devo fazer, eu definitivamente receberei a ajuda de Deus. Mas, primeiro, preciso ter pensamentos puros e elevados, pensamentos determinados e corajosos; essas são minhas responsabilidades e isso vai servir ao mundo no século XXI.

Dadi Janki



Proteção



As crianças sentam no colo de seus pais quando têm de enfrentar uma dificuldade ou situação. Da mesma forma, fique no colo do amor de Deus e você estará a salvo de labutar. Seja qual for a negatividade, ela não será capaz de tocar você mesmo a distância, porque nenhuma sombra negativa pode entrar no toldo de proteção de Deus.

O que é um bom homem?

Não procure ser bom, procure ser consciente








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A moralidade está preocupada com boas e más qualidades. De acordo com a moralidade, uma pessoa que é honesta, verdadeira, autêntica e confiável é boa. Mas a moralidade não é religião; mesmo um ateísta pode ser uma boa pessoa, pois todas essas qualidades de boa pessoa não incluem a divindade... Eu lhe disse, você é um bom homem; assim, o trabalho para você não é apenas ser bom, mas transcender a dualidade de bom e mau. A pessoa religiosa não é somente uma boa pessoa, ela é muito mais. Para a boa pessoa, a bondade é tudo; para a pessoa religiosa, a bondade é apenas um subproduto. A pessoa religiosa é aquela que conhece a si mesma, aquela que está consciente de seu próprio ser. E no momento em que você está consciente de seu próprio ser, a bondade o segue como uma sombra. Então, não há necessidade de qualquer esforço para ser bom; a bondade se torna a sua natureza. Da mesma maneira que as árvores são verdes, a pessoa religiosa é boa.

Mas a boa pessoa não é necessariamente religiosa. Sua bondade vem a partir de um grande esforço; ela está lutando contra as más qualidades... mentira, roubo, insinceridade, desonestidade, violência. Elas estão na boa pessoa, porém reprimidas... elas podem eclodir a qualquer momento. A boa pessoa pode transformar-se numa má pessoa muito facilmente, sem qualquer esforço, pois todas essas más qualidades estão presentes, apenas dormentes, reprimidas com esforço. Se você remover o esforço, elas imediatamente eclodirão em sua vida. E as suas boas qualidades são somente cultivadas, e não naturais: você tentou arduamente ser honesto, ser sincero, não mentir, mas foi um esforço, foi cansativo... A boa pessoa está sempre séria, pois tem medo de todas as más qualidades que ela reprimiu; e ela é séria porque no fundo deseja ser reverenciada pela sua bondade, ser recompensada. Seu anseio é ser respeitável. Seus pretensos santos são na maioria apenas boas pessoas.

Eu lhe dei o nome: transcenda o bom homem, e existe somente uma maneira de transcender o bom homem, que é pelo trazer mais consciência a seu ser. A consciência não é algo a ser cultivado; ela já está presente, e apenas precisa ser desperta. Quando você está totalmente desperto, tudo o que você faz é bom, e tudo o que você não faz é mau. A boa pessoa precisa fazer imensos esforços para fazer o bom e para evitar o mau. O mau é uma tentação constante para ela. É uma escolha: a cada momento ela precisa escolher o bom e não escolher o mau. Por exemplo, um homem como Mahatma Gandhi: ele é um bom homem; por toda a sua vida ele tentou arduamente estar do lado do bom, mas mesmo na idade dos setenta ele tinha sonhos sexuais, e ele ficava muito angustiado: "No que se refere às minhas horas de acordado, posso me manter completamente livre do sexo, mas o que posso fazer no sono? Tudo o que reprimo no dia vem à noite". Isso demonstra que a coisa não foi a lugar nenhum; ela ficou dentro de você, apenas esperando. No momento em que você relaxa, no momento em que você remove o esforço... e adormecido, você precisa pelo menos relaxar e remover o esforço de ser bom... todas as más qualidades que você reprimiu começarão a se tornar os seus sonhos.
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Seus sonhos são os seus desejos reprimidos. A boa pessoa está em contínuo conflito. Sua vida não é de alegria; ela não pode rir de verdade, ela não pode cantar, não pode dançar. Em tudo, continuamente ela faz julgamentos. A sua mente está repleta de condenação e julgamento; e porque ela própria está tentando arduamente ser boa, ela também está julgando os outros pelo mesmo critério. Ela não pode aceitá-lo como você é; ela pode aceitá-lo se você preencher as suas demandas de ser bom. E porque ela não pode aceitar as pessoas como elas são, ela as condena. Todos os seus santos estão cheios de condenação para com todo mundo: todos vocês são pecadores. Essas não são as qualidades da pessoa religiosa autêntica. A pessoa religiosa não tem julgamento, não tem condenação. Ela sabe uma coisa: que nenhum ato é bom, nenhum ato é mau; a consciência é boa e a inconsciência é má. Em inconsciência, você até pode fazer algo que pareça bom para o mundo inteiro, mas para a pessoa religiosa isso não é bom. E você pode fazer algo mau e ser condenado por todo o mundo, exceto pela pessoa religiosa. Ela não pode condená-lo, pois você está inconsciente. Você precisa de compaixão, e não de julgamento, e não de condenação... você não merece o inferno, ninguém merece o inferno.


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À medida em que a sua meditação se aprofunda, o seu testemunhar se torna grande. Quando você recebeu sannyas há sete anos, era isso o que eu estava lhe dizendo sobre o testemunhar e o observar. Eu me esqueci de lhe dizer para não pensar que o testemunhar e o observar nada mais são do que boas qualidades. Foi por isso que quando você estava partindo eu o parei de novo e lhe disse que você já era um bom homem. Assim, algo mais está implícito no transcender a dualidade do bom e do mau. Ao chegar num ponto de absoluta consciência, não existe a questão de escolha... você simplesmente faz tudo o que é bom. Você o faz inocentemente, da mesma maneira que a sua sombra o segue, sem esforço. Se você correr, a sombra corre; se você parar, a sombra pára... mas não há esforço por parte da sombra... A pessoa de consciência não pode ser considerada sinônima da pessoa boa. Ela é boa, mas de uma maneira muito diferente, de um ângulo muito diferente. Ela é boa não porque esteja tentando ser boa; ela é boa porque ela é consciente... e na consciência, o mau, o vil e todas aquelas palavras condenatórias desaparecem, como a escuridão desaparece na luz.

As religiões decidiram permanecer somente como moralidades. Elas são códigos éticos; elas são úteis para a sociedade, mas não úteis para você, não úteis para o indivíduo. Elas são conveniências criadas pela sociedade. Naturalmente, se todos começassem a roubar, a vida se tornaria impossível; se todos começassem a mentir, a vida se tornaria impossível; se todos fossem desonestos, você absolutamente não poderia existir. Assim, no nível mais baixo, a moralidade é necessária para a sociedade; ela é uma utilidade social, mas não uma revolução religiosa... Não fique satisfeito em apenas ser bom. Lembre-se, você precisa chegar a um ponto onde você não necessita nem mesmo pensar sobre o que é bom e o que é mau. Sua própria percepção, sua própria consciência simplesmente o leva em direção àquilo que é bom... não existe repressão. Eu não chamaria Mahatma Gandhi de um homem religioso; somente de um bom homem... e ele tentou realmente com persistência ser bom. Não suspeito de suas intenções, mas ele estava obcecado pela bondade. Uma pessoa religiosa não está obcecada por nada... ela não tem obsessão. Ela está apenas relaxada, calma e quieta, silenciosa e serena. A partir de seu silêncio, tudo o que floresce é bom, sempre é bom... ela vive numa consciência sem escolha.

Este é o significado de seu nome, Veet Mano: vá além do conceito comum de um bom homem. Você não será bom, não será mau. Você será simplesmente alerta, consciente, perceptivo, e então, tudo o que segue será bom. De uma maneira diferente, posso dizer que em sua total consciência você atinge a qualidade da divindade... e bom é somente um subproduto muito pequeno da divindade...... As religiões o ensinaram a ser bom, de tal modo que um dia você possa encontrar Deus. Isso não é possível; nenhuma boa pessoa jamais encontrou a divindade. Estou ensinando justamente o contrário: encontre a divindade e o bom virá espontaneamente. E quando o bom vem espontaneamente, ele tem uma beleza, uma graça, uma simplicidade, uma humildade; ele não pede por nenhuma recompensa aqui ou depois. Ele é a sua própria recompensa.

MEDO DE FICAR SÓ.

Meu maior medo e limitação, até onde posso checar, é o medo de ser abandonada, de ser deixada só. Eu sinto que isso sempre teve e ainda tem uma influência forte em minha vida e em meus relacionamentos. Existe outra maneira de livrar-me desse medo, além de senti-lo e permitir que ele esteja ali – o que obviamente eu não fiz o bastante? Querido mestre, você poderia falar a respeito desse medo de ser abandonada e ficar só?

Sadhan, o medo de ser deixada só é algo natural, porque todo mundo nasceu em uma família. Assim, desde o início estamos sempre dentro de um certo grupo, dentro de um certo aglomerado, de uma certa religião. Sempre existem pessoas ao nosso redor. Assim, estar entre pessoas tornou-se quase natural para nós, embora isto seja apenas um costume.
Isso não é natural. No que diz respeito ao que é natural, todo mundo nasce só. Não importa se a pessoa nasce numa família. Por nove meses, no útero de sua mãe, você esteve só. Depois que você nasceu, sempre que fechar os seus olhos, você se encontrará só. Mesmo numa praça de mercado, simplesmente feche seus olhos e você se encontrará só.
Estar só é a sua verdadeira natureza, e a aglomeração é apenas um costume. Mas o costume se tornou tão forte e você se tornou tão inconsciente de sua natureza que existe sempre o medo de que se todo mundo abandoná-la, o que você irá fazer? Na verdade você não saberá quem você é se todo mundo abandoná-la. A opinião das pessoas é que cria uma identidade para você.
Alguém lhe diz, 'Sadhan, você é muito bonita.' Ele está lhe dando uma certa identidade. Alguém lhe diz, 'Você é muito inteligente,' outro lhe diz, 'Você é muito alegre,' e mais um outro lhe diz, 'Você é tão amorosa'. Tudo isso são opiniões. Elas podem ter sido expressadas apenas como uma forma de etiqueta, elas podem não significar coisa alguma, mas você capta essas opiniões. E a sua personalidade é isso.
A sua personalidade depende do que as pessoas dizem a seu respeito. É por isso que todo mundo está tão preocupado com sua reputação, com seu nome, com seu prestígio. E a sociedade explora essa situação muito espertamente. Ela mantém todo mundo tremendo, com medo, porque ela tem o poder de lhe tirar a respeitabilidade e a honra. Sem perceber, você é uma escrava, pois depende da sociedade para a sua identidade. Sem essa identidade, você não sabe quem você é. Esse é o medo maior de ser deixado só, é o de não saber quem você é.
Eu lhes contei uma história Sufi... Um místico Sufi foi a Meca. Era uma época de festival, quando os muçulmanos de todo o mundo vão a Meca. Faz parte da religião deles que todo muçulmano, pelo menos uma vez na vida, deve ir a Meca. (...)


E esse místico Sufi, um pobre muçulmano, foi a Meca. Todos os hotéis estavam cheios, todos os caravanserai (grandes pousadas) estavam cheios. E ele não era um homem rico. Ele bateu em muitas portas, mas em todos os lugares ele foi recusado – milhões de pessoas estavam reunidas ali. E no meio do deserto, numa noite fria, com fome e sede, como ele iria sobreviver? Por fim, ele disse a um gerente de hotel, 'Eu deitarei em qualquer lugar – nas escadas, no porão. Mas, pelo menos por esta noite... Eu estou cansado, eu caminhei milhas e milhas até chegar aqui.'
O gerente disse, 'Eu posso ver que você está cansado, e parece que você é um homem muito simples e humilde. Eu não posso recusá-lo. Mas o problema é o seguinte: nós não temos quarto algum, lugar algum. Somente uma coisa é possível. Eu dei um quarto para um homem – ele é rico. É um quarto de casal e ele está só, mas ele pagou pelo quarto. Eu posso perguntar a ele. Talvez ele sinta alguma compaixão por você. Venha comigo.'



O gerente pensou, 'Não haverá problema, pois uma cama está vazia. Por que mandar esse pobre homem embora...? Ele pode dormir.' Assim, o gerente deixou-o no quarto, e o místico foi para a cama com seu turbante, com sapatos, com o casado – nem mesmo tirou os sapatos. Ele estava todo vestido, e naturalmente estava difícil dormir. Ele ficou tossindo e se virando na cama, e por causa disso o homem a quem pertencia o quarto não conseguia dormir.
Por fim, o homem disse, 'Escute, eu permiti que você dormisse aqui, mas você não dorme, você simplesmente tosse e se vira na cama. E eu posso ver que em tal situação ninguém vai conseguir dormir: você nem mesmo tirou os sapatos, ainda está com seu turbante e está dormindo com um casaco apertado. Isso é impossível. E você também não está me deixando dormir.'
O místico disse, 'Isso é um grande problema.'
O homem disse, "Qual é o grande problema?'
Ele disse, "Você está dormindo nu; eu também tenho o costume de dormir nu.'
O homem disse, "Então qual é o problema? Simplesmente fique nu e vá dormir!'
O místico disse, 'Isso não é tão fácil. O problema é: se eu dormir nu, de manhã como eu vou descobrir quem sou eu – você ou eu? Porque minha única identidade são minhas roupas: meu turbante, meus sapatos. Nu, eu não tenho identidade alguma. Assim, de manhã, quem dirá quem eu sou?'
O homem riu de tal estupidez. E disse, 'Eu vou lhe sugerir uma coisa. Dê uma olhada naquele canto – um brinquedo – talvez seja das pessoas que estiveram aqui antes no quarto, seus filhos devem tê-lo deixado.' Assim, ele disse, 'Faça uma coisa, pegue aquele brinquedo, amarre-o em seu pé e vá dormir. De manhã você poderá ver que o brinquedo está ali, assim, esse certamente é você.'
O místico disse, 'Isso me soa absolutamente correto.' Ele tirou as roupas e ficou nu. O outro homem ajudou-o a amarrar o brinquedo em seu pé e ele caiu no sono, começando a roncar imediatamente. De fato, ele estava cansado.
O outro homem teve uma idéia. Ele desamarrou o brinquedo, amarrou-o em seu pé e foi dormir. De manhã, o místico acordou, olhou para seu pé e para o pé do outro homem e disse, 'Meu Deus, eu sei que você é eu, mas quem sou eu? É absolutamente certo que você é eu, porque o brinquedo está ali no seu pé. Mas agora surgiu o problema, quem sou eu?'
Os místicos têm usado essa história por séculos, para lhe dizer que toda a sua identidade consiste em coisas não essenciais, que são as opiniões que lhe são dadas pelos outros. Eles podem voltar atrás em suas opiniões, por isso as pessoas estão sempre com medo de fazer algo que vá contra a tradição, a religião, a ideologia política, as atitudes nacionalistas. Ainda que elas pareçam ser totalmente erradas, as pessoas continuam apoiando-as pela simples razão de terem medo de que se elas levantarem suas vozes contra alguma coisa tradicional, a sociedade poderá retirar a identidade que ela lhes deu. Então você não saberá quem você é.
Este é o medo, Sadhan, de que se você for deixada só, como saberá quem você é? Todas aquelas pessoas que fizeram de você alguma coisa, um alguém, todos elas já se foram. E o medo permanecerá até que você venha a conhecer a si mesma diretamente, não através dos outros.
Estas são as duas coisas a serem lembradas. Quando você conhece a si mesma através dos outros, essa é a sua personalidade, apenas uma camada fina de opiniões. Quando você conhece a si mesma diretamente, você conhece a sua individualidade. E uma vez que você conhece a sua individualidade, o medo de ser deixada só desaparece. Não existe outra maneira.
Você está perguntando, 'Meu maior medo e limitação, até onde posso checar, é o medo de ser abandonada, de ser deixada só' Este não é somente seu medo, este é o medo de que sofre todo ser humano. E é bom que você tenha ficado consciente dele, porque esse é o primeiro passo para se livrar dele.
'Eu sinto que isso sempre teve e ainda tem uma influência forte em minha vida e em meus relacionamentos' Se o medo existe, é provável que ele tenha influência em sua vida, porque você sempre agirá de uma maneira para que não fique só, seja qual for o preço que tenha que pagar, mesmo que você tenha que permanecer uma escrava por toda a sua vida. Se você tiver que vender a sua alma, você venderá, mas você permanecerá cercada pela multidão. Isso parecerá aconchegante, seguro, protegido. Você saberá quem é você.



Isso destruirá toda a sua beleza espiritual, sua glória espiritual. Isso destruirá todas as possibilidades de seu crescimento interior. E isso vai influenciar seus relacionamentos. Milhões de pessoas continuam em relacionamentos que são simplesmente infernos; mas devido ao medo de que possam ser deixadas sós, elas continuam agarradas. Isso é miserável, é um grande sofrimento, é uma tortura, mas pelo menos alguém está com você.
Fazendo a comparação, é melhor ser miserável estando com alguém do que ser deixado só. Esta é uma das razões porque milhões de pessoas continuam sofrendo e continuam agarradas aos mesmos relacionamentos que não estão lhes dando qualquer alimento e simplesmente são destrutivos e suicidas.


Somente um homem ou mulher que é capaz de estar só, será também capaz de estar num relacionamento sem ser destruído por ele – porque estar só já não será mais um medo. Se algum relacionamento está criando miséria, você pode simplesmente sair dele. Ninguém pode impedi-lo. É uma situação muito patética, a de milhões de pessoas que estão agarradas umas às outras apenas devido ao medo de que elas possam ser deixadas sós. E estar só é a nossa natureza. Não há nada para se temer, você apenas tem que experienciar isso. Uma vez que você tenha experienciado, nos profundos silêncios de seu coração, a beleza e o êxtase de sua solitude, todos os medos vão embora. E você irá rir de seu passado: quão estúpida você estava sendo! O que você esteve fazendo consigo mesma?
'Existe outra maneira de livrar-me desse medo, além de senti-lo e permitir que ele esteja ali – o que obviamente eu não fiz o bastante?' Só existe uma maneira e ela é: aprenda a entrar em sua solitude quantas vezes for possível. Sempre que tiver uma chance, não arrume uma ocupação desnecessária para evitar a solitude. Sempre que tiver uma chance, feche seus olhos, sente-se silenciosamente, relaxada, e olhe para dentro. Pouco a pouco o tumulto será colocado em ordem, a mente se tornará quieta, e um silêncio profundo predominará. E de repente você começará a sentir o seu centro mais profundo, o verdadeiro centro de sua vida, o qual está só. Ali não existe e nunca poderá existir mais alguém.
Ninguém consegue chegar ali, exceto você. Ali é seu território. É o único lugar que pertence a você. Ninguém consegue tirar de você, nem mesmo a morte. Isso acontecerá com o seu lado de fora, o corpo, a mente, mas não com o espaço mais interno, que por séculos temos chamado de alma, espírito, ou o deus interno em você – ou qualquer nome que você queira dar. Mas essa solitude, uma vez conhecida, simplesmente remove todos os medos. Na verdade ela traz uma nova dimensão de êxtase. Ao invés de sentir medo da solitude, você se tornará mais e mais intrigada com seu mistério. Você irá querer estar mais e mais só.
No meio da noite, você acordará, sentará na cama e simplesmente entrará em sua solitude. E isto é apenas uma questão de seguir repetindo. Na medida em que você vai se movendo para dentro e para fora, vai ficando mais fácil, o caminho se torna mais leve. Isso se torna tão fácil que a qualquer momento você simplesmente fecha os olhos e imediatamente alcança o centro, sem perder um átimo de segundo. Então, até na praça do mercado você pode estar só, no meio da multidão. E você sentirá uma certa alegria crescendo em você, uma certa canção surgindo em seu silêncio, uma certa fragrância que você nunca conheceu antes.
Sadhan, este não é um grande problema. É uma coisa muito simples. Apenas porque as pessoas esqueceram a idéia de ir para dentro, isso parece algo difícil. Mas eu lhe digo que é a coisa mais simples do mundo.
O medo de estar só ou de ser deixado só, não é um fenômeno simples; ele é muito complexo. Por causa disso muitas outras coisas acontecem a você: o ciúme é parte disso, a raiva é parte disso, a tristeza, o apego e a possessividade são partes disso. Você pode ver: por que você quer dominar, enquanto esposa, enquanto marido, enquanto pai? Por que você quer dominar? Apenas para se certificar de que o outro está absolutamente sob seu controle. Por isso todo mundo está tentando manter todo mundo sob controle. Mas no fundo é apenas o medo de ficar só. E isso não é apenas hoje; talvez desde o início dos tempos – se é que existe um início – o medo tem estado aí.
E, Sadhan, porque você é uma mulher, isso é ainda mais complexo, pois o homem tem retirado todas as possibilidades de sua independência. Na maior parte das vezes eles não tem permitido que vocês se eduquem, que aprendam qualquer arte, qualquer habilidade; eles não tem permitido que vocês sejam livres e independentes financeiramente. Essa foi a estratégia deles para mantê-las no cativeiro. Eles também têm medo de serem deixados sós. Devido ao seu medo, eles têm destruído a liberdade da mulher. E a mulher tem mais medo de ser deixada só, porque agora ela se tornou totalmente dependente. Ela não é capaz de ganhar seu dinheiro, de se levantar por si mesma. Assim, mesmo que seu marido seja um torturador, um sádico, ela terá que permanecer com ele. Pelo menos ele cuidará da alimentação dela, das suas roupas e de seu abrigo.

Numa noite em que chegou muito tarde em casa, Adão encontrou Eva à sua espera com muita raiva. 'Atrasado de novo,' ela gritou, 'você deve ter visto alguma outra mulher.'
'Eu considero essa acusação um absurdo sem motivo,' disse o ultrajado Adão. 'Você sabe muito bem que eu e você somos as únicas pessoas neste mundo.' E foi logo pra a cama.
Ele acordou com uma sensação de cócegas em seu peito. Ao abrir os olhos, ele viu a Eva sobre ele, contando cuidadosamente as suas costelas.

Porque Deus criou a Eva tirando uma costela do Adão, ela estava contando. Talvez ele tivesse tirado outra costela e em algum lugar nas redondezas houvesse uma outra mulher atrás dos arbustos.
Este medo, embora seja natural, pode ser abandonado, porque você tem a possibilidade de crescer acima da natureza. A sua consciência pode ir mais alto, e das alturas, aquilo que era muito importante nos vales negros da vida, se torna absolutamente sem importância e ridículo. O dia em que você puder rir de todos os seus medos será um grande dia em sua vida – e eu estou preparando você para esse dia.
Eu estou preparando você para que um dia você possa rir de tudo o que tem sido medo, miséria, possessividade, dominação, e que você possa fazer piada com tudo o que as pessoas estão levando tão a sério.
A vida é muito hilariante. Por que você deve se preocupar desnecessariamente com o medo, a miséria, com a Latifa e o Om? Eu penso que a maioria de seus problemas parecem ser importantes porque eles são os problemas de milhões de pessoas. Assim, você pensa que certamente os seus problemas são sérios, grandes e difíceis. Mas essa não é a conclusão correta.

Hymie e Betty Goldenberg estavam passando o dia no campo. Betty viu um lugar bonito debaixo de uma árvore próximo a um lago e mostrou-o para o Humie.
'Este é um belo local para um piquenique', ela disse.
'Deve ser, querida,' disse duvidando Hymie. 'Cinqüenta milhões de mosquitos não podem estar errados.'

Esse é o problema. Mas eu lhe digo, cinqüenta milhões de mosquitos podem não estar errados, mas cinqüenta milhões de seres humanos podem estar, porque eles estão simplesmente imitando uns aos outros. A história é a mesma. Eles estão jogando os mesmos jogos, os mesmos papéis, e só porque toda a multidão está sofrendo o mesmo problema, um problema pequeno se torna uma epidemia. Se você olhar para o problema e esquecer os cinqüenta milhões de mosquitos, verá que ele é um problema muito pequeno e que um método muito pequeno poderá trazer você para fora dele.




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Algo que você deve saber quando passar por um pedágio

Você sabia que a justificativa da

empresa responsável pela Concessão da Rodovia Rio-Lagos (Andrade Gutierrez & Camargo Corrêa) para aumentar o pedágio foi o número insuficiente de carros?

Ocorre que, quando passamos por um pedágio e não solicitamos o RECIBO, nossa passagem não é registrada nos dados oficiais, respaldando a justificativa deles.

EM TEMPO: AINDA TEM MAIS UM ITEM IMPORTANTE SOBRE A ENTREGA DO RECIBO DE PEDÁGIO: SEM O RECIBO EM MÃOS, VOCÊ PERDE O DIREITO A GUINCHO E MECÂNICO GRATUITAMENTE NAS ESTRADAS.

VOCÊ SABIA DISSO?

Portanto, ao passar em qualquer pedágio, não deixe de solicitar o recibo, seja qual for: Anchieta, Imigrantes, Piaçaguera, Dutra, Ayrton Senna, Bandeirantes, Ponte Rio-Niterói, Linha Amarela, etc...

QUALQUER UM!

Só assim poderemos tentar impedir desculpas absurdas; mas que, infelizmente são fundamentadas naquilo que não fazemos. Façamos a nossa parte:

Como peru de natal

Como peru de natal

(Adriana Vandoni) O leitor que assina "To fora" me alertou para uma observação feita pelo jornalista Helio Fernandes, em sua coluna de hoje no jornal A Tribuna, que, se comprovada, é um acinte à moralidade do judiciário brasileiro. Mas um cometido pela mesma pessoa. Segundo o jornalista, o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, passou o natal na casa do advogado de Daniel Dantas. Ele termina seu artigo com a questão: "Passar o Natal na casa do advogado de Daniel Dantas, como fez o ministro Gilmar Mendes, é prova de "boa conduta?"".

Juridicamente até pode existir uma norma que legitime tal ato, afinal, nada mais normal que uma pessoa passar o natal na casa de amigos. Mas esta situação, se confirmada, é totalmente amoral. É um deboche à população brasileira. O comportamento deste ministro não chega a me escandalizar, seus atos são exatamente na medida do que eu esperava dele.








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AZEITE CONTRA BEBEDEIRA

Quem nunca ouviu dizer que é possível exagerar das bebidas alcoólicas e continuar em pé até o fim da festa? Todo mundo tem uma receita infalível contra a embriaguês, mesmo que ela tenha sido causada por vários copos de cerveja, caipirinha, batida....

O problema é que muitas dessas técnicas, na verdade, não passam de mitos e podem acabar com a folia de muita gente. "O consumo de álcool em excesso pode gerar diversos riscos, e nada consegue conter os efeitos que ele apresenta", afirma Francis Fujii, médico de família e patologista clínico do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica.

Um dos perigos do consumo em excesso das bebidas alcoólicas está relacionado à hipoglicemia, baixa na taxa de glicose sangüínea que pode levar uma pessoa a desmaios repetitivos ou ao coma alcoólico. "O uso do álcool, principalmente em momentos festivos, como o carnaval , pode ser agradável. Mas as conseqüências, principalmente se houver abusos, podem ser graves. Ficar bêbado está relacionado à ingestão (quantidade) e metabolização do álcool, ou seja, sua eliminação do organismo. Isso acontece principalmente pelos rins (90%), mas também pelos pulmões e pele", de acordo com Francis Fujji.

Para não cair na conversa de que algumas atitudes te livram da bebedeira o Minha Vida separou algumas técnicas bem conhecidas e conversou com o especialista no assunto, que afirma que a maioria delas não têm poder nenhum contra os excessos.

Eu diminuo as chances de ficar bêbado se...

Beber muita água antes do álcool
Mito. A água ajuda a diminuir os efeitos da ressaca, que certamente vai aparecer no dia seguinte. Isso acontece, porque ela combate a desidratação que o excesso de bebida alcoólica proporciona para o corpo.

Tomar uma colher de azeite antes do álcool
Mito. A colher de azeite pode até ser útil, já que ela fornece uma pequena ajuda calórica (salvadora no caso de quem não se alimenta direito durante as festas de carnaval). A hipoglicemia pode ser evitada desse modo, mas a bebedeira continuara do mesmo jeito.

Tomar um copo de coca-cola depois do álcool
Mito. O refrigerante pode até ajudar na cura da ressaca, já que repõe algumas calorias e hidrata o corpo. Mas ele não ajuda o organismo a metabolizar o álcool mais rapidamente.

Eu corto a bebedeira se...

Tomar um copo de leite
Mito. O leite não apresenta nenhuma melhora fisiológica além da hidratação.

Tomar uma xícara de café forte
Verdadeiro. Um dos principais efeitos do excesso de álcool são corpo mole e sonolência. O café ajuda a deixar o corpo mais alerta, fazendo com que, aos poucos, os efeitos do álcool diminuam.

Chupar bala enquanto bebo
Mito. A bala ajuda a manter a taxa de glicose em dia e evita a hipoglicemia. Mas não consegue manter uma pessoa sóbria e nem diminuir as chances de ficar bêbado.

Eu fico bêbado mais rápido se...

Beber sem me alimentar
Verdade. Os efeitos do álcool são mais severos quando você não se alimenta corretamente. Isso acontece porque o corpo está fraco e sem energias suficientes. Outro problema é que a chances de hipoglicemia também são maiores quando as bebidas alcoólicas são consumidas em jejum. 1

Laços de família

Laços de família


Tiago Zanoli Gazeta Vitoria


Século XVIII. Recém-chegado de Portugal, o padre Antonio Buarque de Lisboa apaixona-se pela bela sinhazinha Ana Tereza Lins. O desejo dele é correspondido pela jovem. Dessa relação, nasce Manuel Buarque de Jesus, dando início à linhagem dos Buarques. Entre os herdeiros, vieram ao mundo personagens célebres, que viraram verbete de enciclopédias, como o filólogo Aurélio Buarque de Hollanda, o historiador Sérgio Buarque e o filho deste, o cantor, compositor, escritor e dramaturgo Chico Buarque.

A história de uma das mais tradicionais famílias brasileiras, cuja origem é marcada por amores clandestinos e paixões proibidas, é narrada no romance "Buarque – Uma Família Brasileira", escrito pelo economista pernambucano Bartolomeu Buarque de Holanda. Esse livro complementa outra obra produzida pelo autor, que envolveu cerca de 30 anos de pesquisa: "Buarque – Uma Família Brasileira (ensaio histórico-genealógico)".

Publicados em 2007 pela editora Casa da Palavra, os dois livros têm lançamento em Vitória previsto para o dia 3 de fevereiro, em local a ser confirmado.

Em entrevista por telefone ao Caderno 2, Bartolomeu contou que seu interesse por investigar as raízes de sua família surgiu a partir de uma história contada por seus avós, a de que seu tetravô paterno, José Ignácio Buarque de Macedo, quase morreu afogado em 1797. "Se ele tivesse morrido, não existiria nenhum desses personagens que conhecemos hoje, como o Chico Buarque. Esse foi o pontapé inicial da minha pesquisa", afirma o autor.

Ousadia
Neto do padre Antonio Buarque, José Ignácio foi um dos mais poderosos senhores de engenho em Alagoas. Na contramão dos costumes vigentes, ele se casou com Maria José, uma escrava que, embora analfabeta, foi a primeira mulher em toda aquela região a colocar a educação como prioridade para a família.

Após conversas com o atual senador Cristovam Buarque, Bartolomeu começou a pesquisar a vida de José Ignácio. "A partir do inventário dele, descobrimos que foi pai de dois ministros. Fizemos, então, o levantamento de todos os outros irmãos e descobrimos um fato curioso: que José Ignácio era neto de um padre", conta.

Foi essa descoberta que motivou ainda mais o trabalho, que deu origem ao ensaio histórico-genealógico, com quase 1,2 mil páginas e encarte com fotografias e documentos dos séculos XVII, XVIII e XIX. A ideiann de romancear a história da família, por sua vez, partiu de uma sugestão de Cristovam. Segundo Bartolomeu, a narrativa complementaria o estudo e ajudaria o leitor a compreender melhor o primeiro livro.

Para produzir as duas obras, o autor pesquisou cerca de 17 mil documentos (processos, inventários e testamentos) pertencentes aos arquivos de cartórios de Pernambuco e de Alagoas. "Além disso, viajei para Lisboa, em Portugal, pelo menos 12 vezes para levantar dados biográficos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo", diz Bartolomeu.

Entrevistas
O autor acrescenta que chegou a entrevistar cerca de mil pessoas, ao longo do tempo. Uma das primeiras declarações que ele conseguiu data de 1978, quando visitou o historiador Sérgio Buarque de Hollanda. "Nas cidades onde estive, entrevistei muitos padres e pessoas mais velhas e mapeei toda aquela região, que abrange 15 municípios, do norte de Alagoas ao sul de Pernambuco."

O ensaio histórico-genealógico reúne 23.717 verbetes de familiares e de famílias entrelaçadas, incluindo minibiografias dos membros mais destacados, além de documentos cartoriais, certidões, depoimentos e diários familiares que ultrapassam os séculos.

Já o romance, que apresenta cenas e diálogos com riqueza de detalhes, baseou-se sobretudo em um diário de uma tia-bisavó do autor, que reunia algumas histórias do padre Antonio Buarque de Lisboa e entrevistas feitas com outros familiares, entre 1850 e 1882.

"Se José Ignácio Buarque de Macedo tivesse morrido, não existiria nenhum desses personagens que conhecemos hoje, como o Chico Buarque."
Bartolomeu Buarque de Holanda
economista e escritor

Grito de coração pela Amazônia

Belém, 27/01/2009 – Um cartaz formado por mais de mil pessoas, que fotografadas do ar enviará ao mundo a mensagem "SOS Amazônia", constitui a primeira ação dos indígenas horas antes de ter início, hoje, em Belém do Pará, a nova edição do Fórum Social Mundial. Este gesto reflete "nossa preocupação com o aquecimento da Terra, cujos impactos seremos os primeiros a sofrer, apesar de nós, os povos amazônicos, protegermos e cuidarmos das florestas", disse à IPS Francisco Avelino Batista, indígena apurinã, da bacia do rio Purus, na Amazônia.

"Erguemos nossa voz para despertar o mundo, especialmente os países ricos que estimulam a destruição", acrescentou Edmundo Omoré, um xavante do Mato Grosso, na fronteira entre a Amazônia e o Cerrado, a savana que ocupa a região central do País. Ambos fazem parte da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que junto com a Coordenadora das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), com sede em Quito, lideram a "Mensagem do coração da Amazônia".

Quase 1.300 indígenas de aproximadamente 50 países - a grande maioria, claro, do Brasil - pretendem se destacar no debate sobre seus direitos como povos originários e sobre a preservação do meio ambiente, ao participar desta nona edição do FSM, que vai até domingo nesta capital de 1,4 milhão de habitantes, porta nordeste da entrada para a Amazônia. A participação indígena tem precedentes no Fórum Social Mundial, mas desta vez buscou uma presença muito maior. No final chegarão cerca de dois mil, pois dificuldades financeiras para pagar o transporte impediram a presença de participantes de outros países e de locais distantes do Brasil.

Além da sede do FSM, as crises que o mundo enfrenta "criam um momento especial" para um protagonismo dos povos originários, que além dos indígenas compreendem os quilombolas (membros de comunidades afro-brasileiras) e outras comunidades autóctones, segundo Roberto Espinoza, assessor técnico da Coordenação Andina de Organizações Indígenas (Caoi). Trata-se de "uma crise de civilização", definiu Espinoza, indicando que os graves problemas econômico, energético e alimentar, bem como as ameaças climáticas são partes de um mesmo assunto.

Nessa situação, os indígenas devem ter uma participação política de fato, não "como folclore ou fator cultural", disse à IPS este especialista que é um dos coordenadores da presença indígena no FSM. Nesse sentido, tem grande importância a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela Organização das Nações Unidas, que não pode ser encarada como um documento "lírico" e cujas regras devem ser obrigatórias como as do Convenio 169 da Organização Internacional do Trabalho, afirmou Espinoza. Sua expectativa para este Fórum Social Mundial é que dele surja um acordo de mobilização, semelhante ao alcançado em 2003 contra a invasão do Iraque pelos Estados Unidos.

Desta vez se pretende que seja em "defesa da Mãe Terra e contra a mercantilização da vida", somadas a causas especificas de cada povo, como a luta contra represas hidrelétricas no Brasil, que inundam grandes extensões de florestas amazônicas e expulsam povos ribeirinhos. É natural que a voz dos povos originários repercuta mais em questões ambientais, diante da "possibilidade de catástrofes climáticas próximas" e das disputas por recursos naturais, que não afetam apenas os indígenas, mas a própria sobrevivência da humanidade, reconheceu Espinoza.

Os temas indígenas e ambientais serão mais visíveis ainda nas atividades de amanhã, já que será um dia dedicado à Amazônia, como fora de revitalizar o Fórum Social Pan-amazônico, inativo desde 2005. Lançar uma campanha dos povos amazônicos, "que querem uma sociedade que entenda seu valor e o que a terra significa pare eles", é uma proposta a ser discutida no FSM, segundo Miquelina Machado, da etnia tucano, dirigente da Coiab.

Isso é necessário para "maior equilíbrio com a natureza", justo quando os planos de crescimento econômico do Brasil e de integração física sul-americana impulsionam projetos de "fortes impactos na Amazônia e na região da cordilheira dos Andes", disse Miquelina à IPS. "As hidrelétricas inundam terras e destroem biodiversidade", citou como exemplo, lamentando que as tentativas de barrar a construção de estradas que causam grande desmatamento foram frustradas nos tribunais "que têm mais poder". A presença anunciada dos presidentes de países amazônicos, como Luiz Inácio Lula da Silva, o boliviano Evo Morales e o venezuelano Hugo Chávez, além do paraguaio Fernando Lugo, deverá ampliar a repercussão deste FSM, tomara que em favor dos povos amazônicos, concluiu Miquelina.

A voz indígena deve ser ouvida porque "somos nós que nascemos e crescemos no meio da floresta", com um modo de vida oposto ao da "ambição do capitalismo, que não beneficia a todos", afirmou, o xavante Omoré. Além disso, "por sermos os primeiros a sofrer os impactos" da mudança climática. Os ricos podem amenizar o calor com aparelhos de ar-condicionado e comprar alimentos nos supermercados, mas "nós dependemos da pesca nos rios e dos animais da floresta, e por isso nos preocupa o futuro que é de todos", disse, por sua vez, o apurinã Batista. (IPS/Envolverde)