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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EM DEFESA DA VERDADE E DE HELOÍSA HELENA

“... faltou coragem para criticar Heloísa quando ela votou em Luis Estevam?”

(membro do grupo do vereador Ricardo Barbosa, PSOL/AL)

Quero começar respondendo a infeliz frase acima, proferida por um dos membros do grupo do vereador Ricardo Barbosa. É uma pena ler tal comentário de um filiado do PSOL/AL. Na verdade, parece inacreditável que seja possível tamanha postura tacanha e covarde dentro do partido. Respondo a tal pergunta infeliz, dizendo que a coragem que não me falta e que não me faltará jamais; é a mesma utilizada por meus pares contra toda e qualquer injustiça.

Entre os inúmeros momentos políticos da recente história do país, com os quais, me orgulho de ter optado por estar do lado de cá – lado da esquerda –, afloraram alguns que dizem respeito a situações, com as quais, Heloísa Helena fora protagonista.

Em Alagoas, no ano de 1997, durante a maior crise política dos últimos anos, ainda estudante secundarista, faltei à aula para viver junto com inúmeros trabalhadores, estudantes e lideranças políticas, entre as quais se destacava a jovem Deputada Heloísa Helena, uma das mais importantes manifestações políticas vividas até hoje – o 17 de julho – data que marcou uma importante ruptura política em nosso Estado.

Em 1999, em Brasília, durante a Marcha dos Cem Mil (maior manifestação política contra o Governo FHC), estava entre os milhares de brasileiros que, unissonamente, gritavam “Fora FHC”! Estava no meio da multidão, espremido, entre os coadjuvantes daquele ato, olhando para a jovem senadora alagoana de óculos, calça jeans, camiseta branca e rabo de cavalo.

Em 2001, cursava licenciatura em História na Universidade Federal de Alagoas e acompanhava orgulhoso todas as ações da senadora alagoana, Heloísa Helena.

Naquele ano, assisti a uma das mais sórdidas tentativas de desconstrução da trajetória política de uma das maiores representantes da esquerda brasileira. A camarilha de ACM/PFL tentou macular a imagem da senadora Heloísa Helena, “sustentada” por uma suposta quebra do painel eletrônico no senado, gerando uma das cenas mais marcantes que já vi na vida.

Em 2003, Heloísa Helena, expulsa do PT por defender os interesses dos trabalhadores durante votação da reforma da previdência, funda junto com outros bravos companheiros uma nova ferramenta política – nosso PSOL. Na primeira eleição do PSOL, em 2006, é a nossa candidata a presidência da república obtendo 6.575.393 votos; em 2008, corajosamente, lança-se candidata a vereadora recebendo a maior votação de todo o país, proporcionalmente.

Na Câmara de Vereadores de Maceió denunciou a forma como é paga a verba de gabinete (que deveria ser indenizatória e num valor menor, paga, tão somente a comprovação real de gastos), negando-se a pegá-la até o presente momento, coerentemente.

Candidata ao senado da república, em 2010, emplacou 417.636 votos, maior votação de uma candidatura de esquerda de toda história em Alagoas.

Recentemente sugeriu diminuição dos vencimentos dos vereadores em 30%, além de ser contrária ao pedido de suplementação orçamentária feito pela atual mesa diretora da Câmara Municipal.

Portanto, a frase acima, além de infeliz e mentirosa é caluniadora, escrita em coro com aval do vereador, servindo a fins nefastos; indo buscar da boca da extrema direta brasileira um argumento forjado nos porões da corrupção, do clientelismo e do fisiologismo partidário. Usam tal qual ACM e o antigo PFL (atual DEM), de métodos dos quais, nem de longe representam os pilares socialistas e os princípios democráticos da esquerda.

Acredito que entre Plínio de Arruda Sampaio, Luciana Genro, Chico Alencar, Ivan Valente, Jean Wyllys, Randolfe Rodrigues, Marinor Brito, Marcelo Freixo, Carlos Giannazi, Pedro Ruas, Roberto Robaina, Edilson, Mário Agra, além de todos os demais dirigentes partidários, militantes e filiados do PSOL de todo o Brasil, não há quem acredite, definitivamente, em qualquer que sejam as acusações lançadas por ACM/PFL, no ano de 2001.

Aos membros do grupo político do vereador de Maceió, peço que reflitam sobre seus atos e falas e, não sirva de “bode expiatório” ou “bucha de canhão”, lançando de práticas caluniosas contra aqueles que fazem oposição franca, leal e fraterna ao grupo do qual se alinham, pois tentam, desesperadamente, ao atacarem Heloísa Helena, conseguirem a “popularidade” política que não se materializou em votos nas últimas eleições.

Para estes, deixo o trecho de um texto do engenheiro, Heitor de Souza Reis, sobre o discurso de Heloísa Helena contra o senador ACM.

“A quase totalidade dos homens e mulheres

do Brasil não tem ainda consciência

para poder louvar-vos suficientemente por aquele

contundente discurso contra o Senador ACM,

ainda que intuitivamente se deleitaram

na aridez e sabor nordestino de cada palavra,

as quais metabolizaram em seus subconscientes

como se fossem tapioca com melado de cana” .

Em que pese o fato do PSOL/AL estar vivendo uma crise política que será resolvida com sobriedade e maturidade necessária, ataques como estes, a um dos patrimônios da esquerda brasileira, devem ser veementemente repudiados e respondidos, para que as máscaras caiam e revelem quais são as verdadeiras intenções por trás de tais práticas.

Alexandre Fleming – Membro das Executivas Estadual e Municipal PSOL/AL

Maceió, 25 de novembro de 2010



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