Coluna Contraponto - Clique no LINK ABAIXO

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ele não quer sexo!

O que fazer quando as noites do casal se tornam cada vez mais frias?


Você contou as horas para encontrá-lo e viver aquele momento especial e prazeroso a dois. Mas nada aconteceu de novo. Por alguma razão, mais uma vez, ele se esquivou. Em um relacionamento, muitas coisas precisam ser preservadas, como companheirismo, sinceridade, carinho. E o sexo não está fora desta lista. O romance começa com a atração física, é colorido por ela e, quando se percebe que esta parte anda ausente demais, é sinal de que algo está errado entre o casal.

A economista Lúcia Britto de Lima fez de tudo para manter acesa a paixão pelo namorado - com quem tudo ia muito bem, até estarem a sós entre quatro paredes. O sexo existia, mas a frequência não chegava nem perto de satisfazê-la. "Ele ficava muito tempo para me procurar. E quando eu era muito insistente, ele ficava irritado. Às vezes, eu tinha de falar: "Cara, já tem dez dias que não rola nada'", conta a economista.

“Ele não mostrava mais interesse como antes. Estava envolvida com as minhas coisas e demorei a perceber isso como um problema real entre a gente.”




Depois do namorado desfilar um rosário inteiro de desculpas, os questionamentos de Lúcia terminavam sempre em discussões. Valia de tudo para não comparecer: desde a célebre dor de cabeça, passando pelo cansaço por conta do trabalho, até o jantar pesado que havia comido uma hora antes. "Conversei para saber se o problema era comigo. Ele negou. Um tempo depois, passou a dizer que o problema era de ajuste. Sugeri então que a gente passasse a treinar mais. Não adiantou", confessa.


Mas Lúcia não broxou. Decidida, foi a um sex shop tentar incrementar as preliminares do casal - quem sabe assim ele se animava mais? "Comprei um gel que aumentava a sensibilidade e um anel peniano que melhora a ereção. Ele gostou da iniciativa, mas isso não resolveu nosso problema. Depois de 15 dias sem transar, tivemos uma conversa séria e terminei o relacionamento. Ele tinha algum problema e não queria que eu o ajudasse", analisa a economista.

De noite na cama

O casamento da vendedora Andréia Veiga também foi abalado pelo comportamento preguiçoso do marido. Não que ele não trabalhasse e ajudasse em casa, o marido de Andréia sofria era de preguiça sexual. "Sua disposição para o sexo era contagiante", ironiza ela, afirmando que era mais disposta para o sexo do que ele desde o namoro. "Mas ele correspondia, senão não tinha casado. Só que, depois do casamento, a situação ficou crítica. Ele nunca tinha ânimo. Eu que tinha que ter a iniciativa. Aí, ele até se empolgava, mas sempre aquela coisa meia-bomba. Ele estava mais preocupado em tomar cerveja, falar de futebol, ir jogar vôlei na praia do que transar com a mulher. Acabei cansando e comecei a procurar outros caras. Daí, a relação só degringolou e nos separamos", conta Andréia, que briga com o ex-marido pela guarda da filha.






Segundo a psicóloga Silvia Cohen, é comum que a mulher, em um primeiro momento, associe a rejeição masculina a um problema com sua própria sensualidade: "Ela pensa logo que está gorda ou não está mais bonita. É comum imaginar que ele está interessado em outra mulher também". No entanto, a psicóloga enfatiza que, num relacionamento, muitas razões podem motivar o afastamento paulatino do homem. O diálogo entre o casal e a vontade de ambos em solucionar a questão são pontos fundamentais para que o desentedimento sexual deixe de existir. "A mulher precisa ser muito cuidadosa ao abordar a questão, que para o homem é sempre complicada. Se os dois formam um casal, a intimidade deve ser usada para falar de maneira aberta sobre o assunto. É preciso cumplicidade", orienta.


Mais que falta de desejo

Mas muitas vezes a ausência do sexo esconde um problema mais sério: a impotência. Nesse caso, a tentativa de inovar para instigar o desejo do parceiro pode não ser suficiente, ou pior, frustrante. A professora universitária Mariana Jordão, após sete anos de casamento, percebeu que alguma coisa andava errada na relação. "Ele não mostrava mais interesse como antes. Estava envolvida com as minhas coisas e demorei a perceber isso como um problema real entre a gente. Já havia acontecido de ele falhar uma ou duas vezes antes, mas não associei a um caso de impotência", conta.

A estratégia usada pela professora foi a de tentar lançar mão do velho e bom diálogo, só que a iniciativa não foi bem recebida. Num primeiro momento, seu marido negou que houvesse qualquer problema. A justificativa para a ausência de sexo seria a correria do dia-a-dia. "Foi muito difícil convencê-lo que, apesar de todos os meus compromissos, eu não queria abrir mão de nossa vida sexual", afirma a professora.

Quando seu marido finalmente deu pistas do que realmente o impedia de retomar a rotina sexual do casal, Mariana Jordão logo se deu conta da importância de procurar uma ajuda especializada. "Sabia que ele tinha receio e também um pouco de vergonha de chegar ao médico e dizer que estava impotente. Tive de insistir muito e com bastante jeitinho. Isso foi um processo de convencimento que durou mais de um mês", lembra.


Não tem jeito: a rotina, mais dia menos dia, bate à porta dos casais. Mas a palavra de ordem para manter a chama sempre acesa é imaginação. "Muitos estudiosos dizem que a química entre o casal dura de dois a três anos. Só que isso não quer dizer que o tesão termine depois desse tempo. É preciso pensar em coisas diferentes, buscar uma fantasia que satisfaça os dois, não deixar nunca de inventar", finaliza a psicóloga Silvia Cohen.

Nenhum comentário: