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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Carta de Gilberto Geraldo Garbi para Lula

Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM
DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre
outras honrarias que recebeu daquela instituição. Depois de graduado,
desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor
Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS.

A CAMINHO DOS 99,9999995%
( Gilberto Geraldo Garbi )

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas
pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de
popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo
"nunca antes visto nesse país" e eu fiquei me perguntando o que poderemos
esperar das próximas consultas populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria
Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82%
de aprovação.
Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o
psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e
para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me
interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores:
aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em
Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia
dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica;
NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do
governo...(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um
parente com mais de 60).

Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer, para
empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E
faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais
presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos
brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras
celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição...

Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu
hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de
99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos
rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você
entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso,
explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou
eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os
demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você
possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você
jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o
dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da
política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção
de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade
de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha
adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a
identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a
mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a
esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o
estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito
pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos
fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos
públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja
vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos
entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o
Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como
agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados
que se deixam iludir
pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta
algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos
tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante
de infâmias.

Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente
melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos
minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já
ouviu falar nele? Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que pedisse
a algum de seus incontáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a
Oração aos Moços... Mas, esqueça... Se você souber o que ele, em 1922,
disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de
sustentação, terá azia até o final da vida.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei
minha convicção de que este País só deixará de ser o que é - uma terra onde
as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada
pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes -
quando a mentalidade da população e de seus representantes for
profundamente mudada.
Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela
recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes.
E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa
mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer
com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a
tivesse.
Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral,
esta sim, nunca antes vista nesse País.
Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas
populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.
Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais
seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado
apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é
comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma
pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou,
partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e
sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de
vaidade e autoidolatria.
Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um
presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores
qualidades da massa brasileira e de seus representantes.
Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a
lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou
quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: "Aqui todos
são subornáveis".
Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa
mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um
Brasil decente antes de morrer.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico
instrumento de poder, tornando-ageneralizada e fazendo-a permear até os
últimos níveis da Administração.
O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de
septicemia corruptiva.
Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso.
Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os
funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem
temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com
a massa.
A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho
e lembrar-se do que diz nos palanques?
Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale
a pena?

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política
econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve
integralmente e que fez a economia brasileira prosperar.
Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão
Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho
Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar
contas
Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em
flagrante
Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob
medida para agradá-las
Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o
trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através
de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público,
viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os
recursos que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as
leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento
de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas.
Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais
gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem
sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.
Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver
indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os
condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que
todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil,
leva décadas.
Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro
suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem
dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia.
Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas
inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e
alma.
Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições.
Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas
ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede
pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego
adulado.

Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça
manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba
alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu
asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à
escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado;
quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos
já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem
trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as
despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para
os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o
mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí.... Justiça,
ora a Justiça, é o que você pensa...

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra
classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que
fomenta.
Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos
pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos
dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino
públicos.
Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque
conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso,
melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo?
E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente
detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo
que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam
burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se
delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as
verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo
jornalistas.
O que houve entre o BNDES e as redes de televisão?
O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos?
Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a
com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as
opções: "O plata, o plomo". Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala
bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos
que não o bajulem.
Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é
maravilhoso, como explicar tamanha popularidade?
É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais,
funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas,
cotas, cargos e medidas demagógicas.
Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de
seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar,
em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado
anteriormente, mas que caiu em seu colo.
Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece
estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a
relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as
injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da
melhoria econômica.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na
França, "l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont
rien".
Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e
há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino...

Gilberto Geraldo Garbi

Um comentário:

Marcelo Gonçalves disse...

Agora temos o terrorismo do possível cancelamento da bolsa familia (ou bolsa votos pt)caso o vencedor da proxíma eleição não seja o maldito PT.Dilma a guerilheira que foi maquiada para parecer simpática deve estar sofrendo para segurar as palavras de desprezo e ódio que tem vontade de proferir quando lhe é questionada sobre qualquer coisa,ela se acha acima do bem e do mal ,diferente do maravilhoso orador "Lula" que só fala o que as massas querem ouvir.Mas aguardem a aliança futura com o governo Chaves,pois tem tudo haver com ela,autoritarismo já!Quem sabe ela não use um bigodinho se ganhar a eleição.Temos que fazer de tudo para acabar com essa maldição que cobre o povo brasileiro.