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sábado, 20 de fevereiro de 2010

A NEGOCIATA COM OS RAFALES

A NEGOCIATA COM OS RAFALES: EIS O GRANDE ESCÂNDALO DO GOVERNO LULA...
E NINGUÉM ESTÁ FALANDO NADA.


Não fosse essa espécie de abdução coletiva a que estamos todos submetidos,
com “O Cara” deitando e rolando sobre as instituições — e a moralidade
pública — , o caso dos caças Rafale seria tratado como aquilo que é: UM
ESCÂNDALO, talvez o maior do governo Lula. Não é assim porque eu quero. É
assim porque é. A Índia abriu uma concorrência internacional para a compra —
ATENÇÃO!!! — de 126 caças. Valor que se dispõe a pagar a Força Aérea
Indiana: US$ 10 bilhões. Seis modelos participaram da primeira rodada de
seleção: os americanos F 18 e F 16, o Eurofighter Typhoon, o russo MiG 35,
o sueco Gripen NG e o Rafale. Só um caça foi descartado no começo da
disputa: o Rafale. Justificativa: não cumpria os requisitos mínimos de
desempenho técnico exigidos pela Força Aérea Indiana.
Como vocês sabem, o Rafale é o caça que Lula decidiu comprar ao arrepio da
recomendação da Aeronáutica, que é quem entende da área no Brasil. Lula, o
Homem com o Isopor na Cabeça, é especialista em outros assuntos. Muitos
indagarão: “Mas o escândalo está em ter a Força Aérea da Índia rejeitado o
Rafale, que Lula quer comprar?” Não! Já contei onde está. É que a abdução em
curso está nos impedindo de ver as coisas com a rapidez necessária. Já chego
lá. Antes, algumas outras considerações. Ah, sim: depois de ler este post,
você pode obter mais detalhes na concorrência indiana no site India Defence.
Sigamos.
Enquanto o Rafale esteva na concorrência, Nicolas Sarkozy, o camelô de
aviões e marido de Carla Bruni, fez o mesmíssimo lobby que vem fazendo no
Brasil. A diferença é que, na Índia, a avaliação é realmente técnica. Por lá
não basta apenas adular o imperador absolutista, dispensar-lhe rapapés,
elegê-lo “o homem do ano”, para embolsar alguns bilhões. Desde o começo da
concorrência, informam os sites indianos que trataram do assunto, o Rafale
era considerado a pior alternativa entre — atenção! — SETE MODELOS.
A chamada grande imprensa, que a canalha petralha acusa de ser
“antigovernista” (podem rolar de rir), se interessou pelo assunto? Que eu
tenha achado, só o Estadão Online publicou um despacho da Reuters no dia 16
de abril de ano passado. Depois o assunto sumiu. Como vocês sabem, a Força
Aérea Brasileira também não quer o Rafale. Entre os três caças que avaliou,
preferiu o sueco Gripen NG. Em segundo lugar, ficou o F-18. Em último, o
avião francês. Como reagiu o governo do Homem do Ano do Le Monde? Considerou
a hipótese de punir o que chamou de “vazamento” do relatório. Onde já se viu
a Aeronáutica ficar se metendo com caças?
Celso Amorim, um gigante da filosofia, ainda maior por dentro do que por
fora, deu-se a especulações metafísicas: “Às vezes, o barato sai caro”.
Samuel Pinheiro Guimarães, o chefe da banda antiamericana do governo e da
Sealopra, indagou se a gente compra um carro só pensando no preço… A
mediocridade dessa gente é espantosa, especialmente quando tenta mimetizar
Lula nas suas filosofadas e metáforas. O que, nele, aspira a um saber
popular revela-se pelo que é na boca dos doutores: BOÇALIDADE PURA E SIMPLES

E o escândalo, além do fato de que Lula anunciou o vitorioso quando a
avaliação estava em curso??? Vamos lá. A Dassault, que fabrica os Rafales,
se ofereceu para vender 126 caças à Índia por US$ 10 bilhões. Preço médio de
cada avião: US$ 79.365.079,36. O Brasil está disposto a pagar R$ 10 bilhões
por 36 aviões — ou US$ 5.681.818.181. Dividindo-se esse valor em dólar pelo
número de aparelhos, chega-se ao custo unitário: US$ 157.828.282,82. Cada
Rafale para o Brasil custa mais do que o dobro do que custaria para a Índia.
Atenção: ESTAMOS FALANDO DO MESMO MODELO DE AVIÃO E DE CONCORRÊNCIAS FEITAS
AO MESMO TEMPO.
Agora entendo o que o sr. Samuel Pinheiro Guimarães quer dizer quando afirma
que a gente não compra um carro só pelo preço. No caso, parece que se compra
também para agradar o fornecedor, não é mesmo? Que, sei lá, se não tiver o
coração tão duro quanto o do faraó, dá ao menos um chaveiro de presente ao
comprador. Já quanto a Amorim, o que pensar? Nem uma antítese tornada um
clichê popular resiste a este monumento, logo involuindo para a tautologia:
O CARO SAI CARO!
É incrível que um dos maiores negócios do governo Lula, com jeito, história
e números de negociata, se faça sob o silêncio cúmplice de boa parte da
imprensa e, como não poderia deixar de ser, da oposição.


Por Reinaldo Azevedo

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