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sábado, 19 de julho de 2008

Lula deve marcar na Colômbia apoio ao combate às Farc

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Colômbia, a partir de amanhã, servirá para melhorar o comércio entre os dois países, mas terá como pano de fundo principal a tentativa brasileira de exercer o seu papel de liderança na América do Sul e aparar arestas nas relações instáveis entre colombianos e seus vizinhos. Na agenda de Lula estão conversas sobre o rompimento diplomático entre a Colômbia e Equador, o futuro do Conselho de Defesa da América do Sul e, mais importante, o apoio explícito à política do presidente Álvaro Uribe no combate às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O apoio começará já na participação do presidente Lula na comemoração da data nacional da Colômbia, no domingo, em Letícia, fronteira com o Brasil. A cerimônia foi transformada em um ato pela libertação dos reféns ainda mantidos pelas Farc, com direito a apresentações de artistas colombianos - com a participação da Petrobras no patrocínio. O governo brasileiro pretende ajudar a Colômbia na briga contra os guerrilheiros por meio de ações de educação e saúde na área amazônica de fronteira, para reforçar a presença do Estado e minimizar a influência das Farc. Durante a visita, Lula se colocará oficialmente à disposição de Uribe caso sejam necessárias futuras negociações.

A intenção do governo brasileiro, com esse gesto, é obter da Colômbia o fim das restrições a um projeto essencialmente brasileiro, o Conselho de Defesa da América do Sul, planejado e negociado pelo ministro da defesa brasileiro, Nelson Jobim. Apresentado durante a reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) em Brasília, em maio último, o conselho terminou se tornando um dos fiascos do encontro, por conta da resistência colombiana.

Essa é a segunda visita de Estado do presidente Lula à Colômbia. A primeira foi em 2005. Desta vez, acompanhado por vários empresários, Lula quer tentar incrementar o comércio entre os dois países, hoje considerado pífio - em torno de US$ 2 bilhões e majoritariamente favorável ao Brasil. O presidente deve anunciar uma linha de crédito de US$ 650 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os interessados em participar da construção da ferrovia do Carare, considerada essencial para o transporte do carvão mineral produzido na Colômbia.

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