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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Para psicólogo, ser humano tem de aprender a amar

Aqui vai um consolo para quem anda desiludido com os relacionamentos amorosos: amar é uma arte que deve ser aprendida. E tem mais: é um sentimento inerente ao ser humano. Não adianta fugir porque, cedo ou tarde, ele aparece.

"Nós, ocidentais, não cultivamos a arte de amar porque temos o amor como uma coisa espontânea, que ocorre de forma acidental. Precisamos aprender como são as manifestações desse sentimento, em nós e nos outros", afirma o médico Esdras Guerreiro Vasconcellos, professor de pós-graduação em psicologia da USP (Universidade de São Paulo) e da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Vasconcellos dá um curso sobre o amor no IPSPP (Instituto Paulista de Stress, Psicossomática e Psiconeuroimunologia) que tem duração de quatro meses. Em "O Amor Bem Amado" são abordados temas como "A Linguagem do Amor", "Se Tudo está Certo, Porque dá Errado?" e "A Arte de Amar".

Mesmo sendo um sentimento tão "antigo", o amor não muda com o tempo. O que se transforma é o jeito de amar, já que o comportamento do amante está em constante alteração, sofrendo influência do contexto sociocultural, da filosofia vigente e da visão de mundo do homem.

"Aqui, valorizamos a paixão, o amor que nasce de uma grande paixão. No Oriente, dizer que está apaixonado por alguém pode ser considerado ofensa. Lá, o amor deve ser sereno e respeitoso, e a paixão é tida como desequilíbrio", diz Vasconcellos.

Consequências de não saber amar

Entre tantas diferenças, quando não se sabe amar, os problemas aparecem. O que era encanto, bem-querer, sedução e desejo pode se transformar e dar espaço à rotina e às cobranças.

"Existem diferentes maneiras de amar. As formas como nos comportamos no momento da paixão e na arte da sedução exigem aprendizado. O homem ama de um jeito, a mulher, de outro. Cada um cumpre o seu papel social porque as fantasias são diferentes", afirma o professor.

A maneira como cada um se entrega ao amor e o equilíbrio são segredos para que os relacionamentos sejam uma fonte de bem-estar, não de destruição.

Segundo o médico, algumas pessoas não suportam sentimentos de grande porte, pela história de vida e pela personalidade. Outras têm uma tendência para viver tudo com muita intensidade, sempre com um turbilhão de emoções.

"Estamos constantemente aprendendo a lidar com os sentimentos. Muitas vezes a história de vida ensina a evitar a paixão, o amor profundo. É o típico 'gato escaldado'. Mas há os que não sabem viver com pouca intensidade. Amam profundamente, um amor tão intenso que pode levar à morte", diz Vasconcellos.

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