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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Arrumei um caso novo, mas as coisas não estão funcionando na cama...

Arrumei um caso novo, mas as coisas não estão funcionando na cama. Estou gorda, minha barriga é pura estria, minha bunda parece a lua e meus peitos são pequenos. Quando transamos, sinto agonia em pensar que ele está vendo meus defeitos (que com roupa até disfarço). Se ele me aperta a cintura, me esquivo dizendo que é cócegas: mentira, eu é que não quero que ele perceba minhas gordurinhas laterais. Por mim, só fazia sexo de luz apagada, mas ele quer de manhã, no chuveiro, depois do almoço e por aí vai. Assim não relaxo. Sinto que estou frustrando ele - e a mim também. O que eu faço?
Manu
Manu, Não seja louca. Sexo e prazer não são exclusividade das top models. Ao contrário, é provavelmente a alegria mais democrática do mundo: todo mundo sabe instintivamente como se faz e tem os instrumentos necessários para se divertir.
Não tirar partido disso por vergonha é uma bobagem. Pelo que você conta, ele está bem satisfeito com seu corpo. Do contrário, não iria sentir tanto tesão por você, certo?
Desejo tem a ver com outras coisas além do tamanho dos peitos ou do pênis. Química, fantasias, intimidade, o jeito como você fala, anda, toca, olha - tudo - isso desperta a libido e dá prazer, de uma forma muito mais profunda, duradoura e menos óbvia do que a simples imagem de uma bunda na página da revista.

A vida real é assim mesmo: nós temos montes de defeitos. Mas quando gostamos de alguém, passamos por cima deles - até achamos bonitinho! Por que diabos você releva a barriguinha dele, e ele beija a sua apaixonadamente, mas a senhorita não é capaz de se tolerar no espelho? Amar é aceitar, e se você não está se aceitando, falta um amor-próprio aí.

Pois bem: você é linda, bacana, inteligente, e o cara está afim desse conjunto - ou seja, é com a mulher que ele quer transar, não com a bunda. O gato está ali, pronto para a ação, sem que você tenha movido um dedo para excitá-lo? Garota, não tem prova maior de que ele te deseja exatamente como você é. Sem silicone, mas com um sorriso sacana de matar - ou ele gosta de peito pequeno mesmo, quem disse que não? (Mania besta essa de achar que sabe o que o outro está pensando e decidir por conta o certo e o errado).

Não importa o corpo que você tem, mas o que faz com ele. Meu amigo Marcelo se apaixonou perdidamente pela Alice, manequim 46. Os meninos da turma não entendiam: pô, ela é gordinha, blábláblá. Mas ele afirmava orgulhosíssimo: nunca tinha visto uma mulher como ela, capaz de cometer o melhor do sexo oral, sempre afim de transar, aberta a todas as fantasias, tão segura de si que ele é quem ficava com medo de não dar conta. Quer saber? Os caras morriam de inveja e imploravam pra ele contar as aventuras dos dois.

Moral da história: se você é capaz de seduzir um homem, tirar proveito dele e dar prazer, vai provocar mais tesão do que a coelhinha do mês. Cá entre nós: nada faz um moço tão feliz quanto sentir que uma mulher o deseja, sabe o que quer e geme de alegria, não desgosto. A gente não engana ninguém: você se esforça pra não mostrar a barriga, mas ele sabe que ela está ali. Assumir seu corpo sim é sexy, tentar escondê-lo brocha qualquer um (inclusive você mesma).

Enquanto você se convence disso, vamos ao problema: como transar essa noite sem neura. Arranje dois panos escuros - vale echarpe, meia-calça, gravata. Deixe a luz acesa, desnude o moço, amarre as mãos dele e vende os olhos. Pronto: você tem um homem que não enxerga nem toca seus defeitos. Agora, divirta-se à vontade. Depois, tenha coragem e deixe que ele faça o mesmo com você.

Você acha que a) ele vai aproveitar a situação para contar quantas estrias suas coxas têm, ou b) ele vai estar enlouquecido de tesão e se esforçar para você ir à lua e voltar três vezes? Se ele fizer a primeira opção, é um babaca e não merece desfrutar de sua cama. Mas aposto como será a segunda - e, se você se permitir ter prazer, quem sabe essa é a primeira noite de glória do resto da sua vida.

Anna O. é jornalista e escreve para as maiores revistas do país. Não entende de psicologia nem é analisada, mas acha que tem bom-senso e um baú de histórias pra contar, o que já é alguma coisa. Seja amigo dela: anna-o@uol.com.br

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