A ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) pediu ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) que retire do ar campanha do salgadinho Doritos, da Elma Chips, por "disseminar preconceito com roupagem bem-humorada" contra homossexuais.
Um dos dois filmes da campanha, lançada no último dia 8 em canais de TV aberta e paga, mostra um grupo de quatro amigos em um carro ouvindo a canção "YMCA", do grupo Village People (sucesso na comunidade gay, segundo a ABGLT), quando um deles começa a dançar a coreografia da música. Ao final do vídeo, um pacote de Doritos tampa o rosto do jovem e uma voz de fundo diz: "Quer dividir alguma coisa com os amigos? Divida Doritos".
"A propaganda diz que a gente tem que se guardar. É ofensivo e mostra que a gente tem que se assumir cada vez mais. Não ficar enrustido para não prejudicar os amigos", disse Toni Reis, presidente da ABGLT.
Reis disse que entendeu a cena do pacote de "Doritos" no rosto do jovem como uma maneira de "esconder a homossexualidade como se fosse um grande defeito".
O Conar informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a solicitação foi encaminhada para um relator e que, se houver pedido de liminar para suspender a propaganda, a decisão deve ocorrer na próxima semana.
A PepsiCo, proprietária da marca Elma Chips, afirmou, por meio de nota, que "nunca aceitaria o risco de veicular qualquer mensagem discriminatória, muito menos ofensiva a qualquer público, e desrespeitar os homossexuais seria inaceitável tanto para a Pepsico quanto para sua agência de propaganda, a AlmapBBDO". Para a empresa, a campanha do salgadinho quer mostrar "como é gostoso consumir Doritos entre amigos".
O filme YMCA "mostra a dancinha de forma irreverente, como algo fora de moda e não faz nenhuma menção ao homossexualismo. É uma coreografia antiga, engraçada e ultrapassada. Daí o olhar de estranhamento dos amigos para o mico do menino", segundo a nota.
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