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domingo, 29 de março de 2009

Ventosaterapia para aliviar o estresse e as dores .

Provocando sucções em regiões específicas do corpo, essa técnica milenar favorece a circulação sanguínea e regulariza o fluxo energético, ajudando a tratar dores, problemas digestivos, cólicas, infecções respiratórias, cefaléia e hipertensão



Por Patrícia Affonso


Desde os tempos mais remotos o homem já procurava métodos para combater as doenças que o acometiam. Mas não pense que a falta de recursos tecnológicos o impedia de descobrir maneiras eficientes de se livrar dessas enfermidades.

Era na natureza que ele buscava as matérias-primas e os instrumentos que seriam empregados de forma terapêutica. Todos sabemos que as plantas eram – e ainda são – muito utilizadas para a produção de remédios naturais. A colaboração do meio ambiente para a saúde, no entanto, era muito maior.

Exemplo disso é a ventosaterapia, uma técnica cuja aplicação possui registros com mais de seis mil anos. Atualmente, existem instrumentos especiais para seu uso, entretanto, sua origem é extremamente rudimentar. “As ventosas surgiram há mais tempo do que a própria acupuntura e, ao contrário do que muitos pensam, foi criada nas regiões africanas, se espalhando posteriormente na Ásia e Europa”, explica Francisco Madureira, terapeuta do Cetas – Centro de Estudos e Tratamento Alternativo para a Saúde, de São Paulo.

No início, esclarece Madureira, sanguessugas e materiais cortantes de todos os tipos eram utilizados para provocar sangrias, enquanto gomos de bambu e até chifres de boi serviam para puxar ou forçar a saída do sangue impuro e ativar a circulação local.

Aprimorada pelos conhecimentos da Medicina Tradicional Chinesa, essa arte curativa, que prima pelo equilíbrio da circulação sangüínea e energética, apresenta bons resultados quando aplicada no combate às dores musculares, reumáticas, cefaléia, distúrbios digestivos, hipertensão, cólicas menstruais, desintoxicação do organismo, entre outros problemas. Graças à sua eficácia, muitas pessoas têm se voltado para essa terapêutica milenar, que pode ser usada no tratamento e na prevenção de doenças.

Os que sofrem com o desgaste causado pelo estresse também podem optar pelo estilo que combina ventosa com massagem. Além dos benefícios citados, essa técnica também promove uma gostosa sensação de bem-estar e vitalidade, já que faz a energia vital fluir livremente pelo corpo.



Procedimento eficaz

Tanto as exóticas sanguessugas quanto os rústicos instrumentos foram substituídos pelas ventosas (espécies de copinhos que exercem uma sucção na pele), que podem ser de vidro, argila ou acrílico. “As ventosas melhoram a circulação, aliviando dores, fortalecendo tecidos, veias, artérias, órgãos, vísceras e músculos”, explica o terapeuta.

Quando a terapia é feita em conjunto com a técnica de sangria, o procedimento e o objetivo são um pouco diferentes. “Primeiro, pequenas agulhas com pontas triangulares são postas sobre a pele do paciente. Depois, elas são retiradas e aplica-se a ventosa, que irá puxar o sangue da área perfurada. Geralmente, esse sangue está cheio de impurezas e toxinas. O método visa não só ao estímulo da circulação, mas também à desintoxicação do organismo”, afirma Norvan Leite, especialista da Clínica ComCiência, localizada em São Paulo.

As ventosas podem ser dispostas sob os pontos comuns da acupuntura ou em regiões específicas que apresentem necessidade.

Segundo Francisco Madureira, a ventosaterapia não impõe restrições de faixa etária. Para impedir possíveis efeitos colaterais, como hematomas, no caso da versão seca, e tonturas, na técnica com sangria, é preciso que o terapeuta respeite os limites individuais de cada paciente.

Uma vez que induz as forças reativas do corpo, a terapia pode ser utilizada como recurso preventivo. No caso de doenças crônicas, como, por exemplo, as infecções respiratórias, evitam-se as crises.


Escolha seu estilo


No percurso que a trouxe até os dias atuais, a ventosaterapia já sofreu uma série de modificações, dando origem a muitas variedades, cada uma com finalidades diferentes. Saiba um pouco sobre elas:

Ventosa Seca
Costuma deixar marcas na área tratada, por ser feita com pressão relativamente forte.
A coloração resultante, orienta o terapeuta, aponta se a patologia é recente ou antiga.

Ventosa Molhada
No copinho utilizado há um recipiente próprio para água. Quando a ventosa é colocada no indivíduo, essa água forma bolhas em reação ao dióxido e ao monóxido de carbono, que são liberados pelos poros da pele. Assim, o terapeuta pode observar a presença de toxinas no organismo do paciente.

Massagem com ventosa
Geralmente é realizada nas costas. São empregados óleos aromáticos, que auxiliam o deslizamento da ventosa sobre a pele. Excelente para estimular a circulação sangüínea e promover o relaxamento. Esse tratamento é muito utilizado para fins estéticos.

Ventosa com sangria
bastante usada pelos orientais. Seu principal objetivo é fazer circular o sangue impuro que fica estagnado na região doente, forçando a substituição por outro mais limpo. Durante a sessão, é visível a liberação de toxinas (o sangue sai grosso). Apesar de seguro, esse tipo de procedimento exige muitos cuidados com a assepsia dos materiais para que não haja possíveis contaminações.

Boo boo
Termo proveniente do Okinawa que significa ventosa. Nesse procedimento, o copo com pressão é aplicado e rapidamente retirado, produzindo uma sonorização que gerou o nome (boo). Utilizado para fins terapêuticos e estéticos.

Gua-sha: expressão chinesa que quer dizer raspar ou remover. Usa-se uma colher de porcelana para efetuar uma espécie de raspagem sob a pele até que ela apresente vermelhidão. Esse estímulo, que é seguido pela aplicação de ventosa, elimina do corpo as agressões ocasionadas pelo excesso de umidade e vento (termos empregados na Medicina Tradicional Chinesa).

Produção: Ilka Berendt

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