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quarta-feira, 4 de março de 2009

Você corta refeição para emagrecer?

... reveja seus conceitos.
Ao adotar tal conduta, o resultado será totalmente o inverso.

Domingo à noite é o dia internacional da famosa promessa de iniciar um regime. Além de cortar as guloseimas, leiam-se doces, sobremesas calóricas, refrigerantes e outras coisinhas mais, é muito comum ouvir a mulherada afirmar orgulhosamente que eliminará o jantar. Ninguém sabe precisar de onde surgiu esse mito de que abolir essa refeição resultaria em perda de peso. O que muita gente não sabe, entretanto, é que essa experiência pode trazer um resultado contrário, ou seja, em vez de emagrecer, a pessoa acaba ganhando alguns quilinhos a mais.




De acordo com a nutricionista Sônia Trecco, chefe do Serviço de Atendimento Ambulatorial do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo, na Capital, com o intuito de afinar a cinturinha, muita gente substitui um prato saudável (arroz, feijão, legumes, saladas e carne) por lanches que julgam ser mais leves. “Tais opções, no entanto, costumam ser mais calóricas. Após alguns meses, quem adota esse hábito ganha sobrepeso e aquela que já era gordinha tende a ficar obesa”, explica.




Mas não é só isso. As que cortam radicalmente o jantar desconhecem um dado importante: o corpo também queima calorias durante o sono e, portanto, precisa de nutrientes para manter suas funções vitais no período noturno. Sem alimento, esse gasto energético basal fica comprometido. Resultado: acostumado à baixa ingestão alimentar à noite, o organismo preserva a gordura como combustível, dificultando, dessa forma, a perda de peso.




“Além disso, essa pessoa que ficou em jejum por um longo tempo não vai ingerir as vitaminas e os minerais necessários, pois acabará descontando a abstinência com alimentos mais calóricos, nem sempre nutritivos. Ou seja, ela não se alimentará corretamente”, alerta a nutricionista Luciana Coppini, do Ganep Nutrição Humana, em São Paulo.




Efeito cascata E tem mais: quem abre mão do jantar pode ainda desenvolver outros problemas, como gastrite e hipoglicemia, pelo fato de permanecer em jejum por muito tempo. Celina Lucena de Mattos, de 36 anos, é uma dessas mulheres que já dispensou essa refeição para emagrecer e não conseguiu atingir seu objetivo. Atualmente, após passar por um processo de reeducação alimentar, ela comemora os cinco quilos a menos.




“Vai chegando a idade e temos que ter consciência. Perdi peso em quatro meses comendo normalmente”, afirma. Sua história começou a mudar quando a filha Andreza teve um problema de tireóide. Resolveu, junto dela, seguir um cronograma alimentar mais rígido, prescrito pelo endocrinologista. “Hoje, inclusive, ela se alimenta a cada três horas. O outrora temido jantar? Agora reúne verduras, legumes, carne (branca ou vermelha) grelhada, arroz e feijão.




Sim, Celina confessa que não coloca grandes porções no prato, mas o fato é que ela e os familiares fazem todas as refeições do dia e, ainda assim, conseguiram perder peso. Quer mais um motivo para não abandonar o jantar? Sua falta pode ser um grande empecilho para o sono tranqüilo. Com ausência de alimento, o corpo fica sem energia. Logo, não repousa adequadamente.




“De acordo com estudos multicêntricos, os sintomas mais observados, nesse caso, é o aumento da irritabilidade e dificuldade para dormir, além da ansiedade. Assim, estamos diante de verdadeiros gatilhos para o ganho de quilos extras”, completa Luciana.




Todas as refeições são importantes Além de não atingirem a perda de peso almejada, as pessoas que deixam de jantar acabam cometendo deslizes no café da manhã e no almoço. Elas também sofrem de compulsão alimentar durante o dia, o que resulta em maior ingestão calórica e, conseqüentemente, em ganho de peso. Sônia orienta seguir um ciclo de pelo menos cinco refeições diárias, sendo o jantar a última delas. O ideal é que este seja realizado entre 19 h e 20 h.




Há também a possibilidade da sexta refeição, conhecida como ceia. Ela é indicada para pessoas que trabalham e/ou estudam até tarde, assim como adolescentes, idosos, gestantes e diabéticos. Quem não tem o hábito de dormir pouco tempo depois do jantar ou ainda faz essa refeição muito cedo também deve ser adepto da ceia. Diversos estudos comprovam, inclusive, a eficácia e os benefícios da ceia.




Uma pesquisa da Universidade de Limburg, Maastricht, na Holanda, por exemplo, mostrou que fazer seis refeições ao dia, ri cas em proteínas e com baixo nível glicêmico, ajuda a manter o sono saudável, promover a saciedade e o bom funcionamento do metabolismo. Além disso, essa rotina previne a irritabilidade e o aumento do nível de açúcar no sangue.




Outro estudo, da Universidade Estadual da Geórgia, EUA, sugere que o ritmo de apenas três refeições ao dia faz acumular mais gordura quando comparado com uma dieta de seis refeições diárias. Na primeira opção, a tendência de ingerir mais comida é maior. É bom lembrar, no entanto, que, se você fizer seis refeições e abusar nas calorias, os benefícios vão embora.

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