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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Desejo proibido

Há os solteiros e os comprometidos. Os canalhas e os que moram longe. Os (bem) mais velhos e os mais novos. O namorado da amiga e o amigo do seu namorado. São vários tipos de diferentes predicados e uma única coisa em comum: são terminantemente proibidos! Por um motivo ou por outro - ética, moral, regras da empresa, leis civis - você não pode, ou não deveria, ficar com ele. Mas, ai, que vontade que dá!


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Todo mundo já passou por isso: morreu de vontade de ficar com o sujeito mesmo a par de todas as terríveis consequências. Há as que conseguiram fugir da situação; outras, sucumbiram. A publicitária Patrícia A., de 31 anos, está no segundo caso. "Desde a primeira vez que o vi, me apaixonei pelo orientador da minha tese de mestrado. Foi uma coisa muito forte, recíproca e, mesmo prevendo que poderia me machucar, fiquei com ele", conta Patrícia, cujas previsões estavam certas. "Ficou uma situação muito complicada porque os papéis de ‘amante' e ‘professor' se confundiam e sofri um bocado", diz ela, sem saber se o caso valeu a pena ou não. "Foi uma coisa inevitável, pela qual tive que passar e agora faz parte da minha história de vida", resume.


Irmão do namorado


Se um escritor tivesse escrito a história da professora Maria R., 32, ele seria Nelson Rodrigues. Isso porque Maria se interessou por ninguém menos que seu cunhado. "A gente convivia muito, dividia o sofá da sala, fazia brincadeiras íntimas, se abraçava... Um dia tive um sonho erótico com ele e me dei conta do óbvio: estava louca por ele", revela Maria, que não chegou às vias de fato, mas tirou umas casquinhas. "O abraço era mais demorado, fazia carinho no cabelo, nas costas dele. Era o maior tesão. Até que um dia ele estava bêbado e tentou me beijar na frente de todo mundo. A situação era tão absurda, que ninguém comentou nada, como se preferisse não ter visto", lembra ela, ciente de que sua paixão era correspondida, ainda que nunca tenha deixado de ser platônica.


Na adolescência, a funcionária pública Karen A. se interessou por um rapaz que estava estudando para ser padre. "Ele era gordo, feio e tinha aparência de sujo. Mas eu me sentia super atraída por ele", lembra ela, admitindo que dava mole para o então futuro "homem de Deus". "Ele tinha aquele ar virginal, cheirava a proibido e isso era desafiador pra mim. Eu queria que ele desistisse de tudo só para ter uma noite comigo", conta ela, que nunca teve nada com ele. "Depois soube que ele desistiu do sacerdócio. Hoje é casado e tem duas filhas", relata.


Segundo a psicóloga Priscila Gapar, o proibido desperta o desejo porque todos nós, seres humanos, vivemos subordinados a uma série de leis e regras que nos igualam. "Aquele que transgride as regras sente-se (e muitas vezes é visto) como se estivesse acima delas, detentor de um poder. Daí deriva o prazer da transgressão, bem como o charme dos bandidos, dos rebeldes etc", explica Priscila.


A psicóloga lembra, por outro lado, que tudo o que é proibido implica em riscos e, consequentemente, emoção: "No caso das relações amorosas, ou, mais especificamente, da paixão, quanto maior a emoção maior poderá ser o prazer", afirma ela, salientando que na paixão a emoção fala mesmo mais alto que a razão. "Daí o fato de muitos cometerem ‘loucuras' por amor", finaliza.




Rosana F.

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