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domingo, 12 de abril de 2009

Eu só quero chocolate!

Associar o prazer de comer chocolate a algo orgástico já se tornou um clichê, e o neologismo “chocólatra” serviu para definir tanta gente que logo logo vira verbete do Houaiss. Diante desses indícios e vendo quanto o chocolate é adorado no mundo todo, parece que ele sempre esteve aí, sempre fez parte das nossas vidas. É difícil acreditar que o produto que nasceu entre os pré-colombianos tenha demorado tantos séculos para começar a se popularizar tal como o conhecemos hoje.

Repassar a história do chocolate é uma viagem por diferentes épocas, culturas e hábitos. Há diversas teorias sobre sua origem, e os registros arqueológicos mais antigos de resíduos de cacau no fundo de um cálice são de 11 a 14 séculos antes de Cristo. A versão mais popular conta que tudo começa como um presente do deus asteca Quetzalcoatl aos mortais: um líquido escuro e amargo que só se podia servir em taças de ouro puro. Quando o conquistador espanhol Hernán Cortez desembarcou no México no começo do século 16, entre saques e minas de ouro e prata, o tal líquido sagrado lhe chamou a atenção.

O chocolate chegou à Espanha e, em 1615, foi presente de monges espanhóis no casamento do monarca francês Luís XIII com Ana da Áustria. A França descobriu assim a iguaria e com o passar do tempo desenvolveu sua produção. Mas foi só em 1819 que nasceu a primeira indústria chocolateira e – olha quanto tempo passou! – só em 1895 que o suíço Daniel Peter, louvado seja, que já havia transformado o chocolate líquido em barras, teve a ideia de juntar leite à mistura de pasta de cacau e açúcar. Aí sim o chocolate se tornou isso que conhecemos hoje.



Estar cercado de polêmicas e de lentas mudanças parece ser algo que faz parte do DNA do chocolate. Apontado desde cedo como um vilão das dietas e dos adolescentes com acne no rosto, nos últimos anos ele passou a ser estudado como possível fonte de efeitos positivos: antioxidante, cardioprotetor… Cá entre nós, não deveria ser surpresa que a conclusão a que vamos chegar ao analisar a fundo qualquer alimento tende a ser mais ou menos a mesma: tudo pode fazer bem ou fazer mal, depende apenas da quantidade.

Dá para entender que historicamente tenhamos esse receio diante do chocolate. O mesmo que os europeus demonstraram quando travaram contato pela primeira vez. Parece até obra dessa nossa mente culpada, que desde aquela maçã suculenta do Paraíso é capaz de jurar que as coisas deliciosas são ilegais, imorais ou engordam. Assim como virou clichê associar a liberação de endorfinas despertada pelo chocolate ao sexo, nós também fizemos dele um sinônimo para “tentação”. Pudera: existe algo mais tentador do que uma simples calda de chocolate bem feita, acompanhando apenas um bolo (ou o brownie aí de baixo), um sorvete ou um pote de morangos? Não resista a ela, não. Jogue essa culpa para lá, consuma com moderação e o resto pode deixar com a endorfina!



Brownie de chocolate
Ingredientes:
1 ¾ xícaras (chá) de chocolate meio amargo picado
6 ½ colheres (sopa) de manteiga
1 ¾ xícaras de açúcar
4 ovos inteiros
2 xícaras de farinha de trigo
½ colher (chá) de fermento em pó
1 colher (café) de baunilha
1 pitada de sal
(*opcional: ¾ de xícara de nozes picadas)
Manteiga para untar a forma

Preparo:
Derreta em banho-maria a manteiga e o chocolate.
Deixe esfriar e junte o açúcar e os ovos inteiros.
Peneire a farinha de trigo e o fermento, coloque uma pitada de sal. (*e as nozes) e misture tudo na massa fria de chocolate.
Em uma assadeira untada, espalhe a massa com uma espátula
Asse por 25 a 30 minutos em forno médio e pré-aquecido.
Corte o brownie ainda quente, em formato de pequenos triângulos ou quadrados

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