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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Remédios para dormir causam rebuliço no seu metabolismo

caprichado prato de saladas.















Sem orientação, eles podem aumentar o cansaço e até abalar o apetite sexual

Uma noite, você acorda no meio da madrugada e não consegue fechar os olhos até amanhecer. No dia seguinte, o sufoco se repete. E mais uma vez, até que o cansaço começa a atrapalhar seu rendimento no trabalho e nos estudos. Com pressa de resolver o problema, os remédios para dormir aparecem como solução imediata para o problema e muita gente consome até sem prescrição médica.

Esses medicamentos têm muitos efeitos colaterais e, nem sempre, são a melhor saída. Isso porque a insônia pode ser apenas sintoma de outro problema e o uso de medicação para dormir, sem que a causa esteja esclarecida, encobre ou mascara doenças mais sérias , afirma o psiquiatra Pedro Daniel Katz, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

E os riscos não terminam aí. A possibilidade de dependência desse tipo de droga, alterações no sistema hormonal, perda de memória e até disfunções sexuais são algumas das conseqüências que podem atrapalhar a rotina de quem decide consumir medicamentos para dormir sem orientação. Numa entrevista exclusiva ao MinhaVida, o especialista Pedro Daniel fala sobre estes e outros perigos e explica por que, muitas vezes, as fórmulas prejudicam o rendimento nas atividades físicas.

O que são os remédios para dormir ?
Que reação eles provocam que traz o sono? Muitos medicamentos, originalmente utilizados para outras finalidades (descongestionantes nasais, antialérgicos, remédios para enjôo e mesmo alguns antidepressivos), são capazes de induzir sono. Mas existem aqueles específicos para induzir o sono, chamados benzodiazepínicos, de ampla utilização hoje em dia e de alto potencial para gerar dependência física. Existem também os mais modernos, chamados não benzodiazepínicos, com menos efeitos colaterais e menor potencial de gerar dependência. Atualmente, no entanto, os estudos da área dedicam-se à melatonina, um hormônio presente no organismo que vem sendo muito estudado e que atua de forma ainda não muito compreendida, provocando o sono.

Esse tipo de remédio causa dependência física?
A dependência física pode ocorrer a partir do terceiro mês de uso consecutivo e se caracteriza por aparecimento de sintomas desagradáveis quando o paciente deixa de usar a medicação. A necessidade de aumentar a dose do remédio para obter efeitos também indica dependência que, quando instalada,pode levar até dois meses para ser superada e o paciente voltar ao sono natural.

Quando o especialista recorre a este tipo de remédio? Ela é trivial ou acontece apenas em último caso?
Existem algumas situações em que estes medicamentos são necessários e úteis, seja em indução anestésica, alguns quadros de ansiedade, privação involuntária de sono e outros. É claro que frente a um relato de dificuldades para dormir ou surgimento de insônia é fundamental que se busquem as causas antes de introduzir qualquer medicação. A situação mais freqüente nos consultórios é a de dificuldade para dormir como um problema secundário.

Uma pessoa que toma esses remédios está proibida de consumir algum tipo de medicação?
Estes remédios são de uso controlado e só devem ser usados mediante prescrição médica, principalmente em pessoas que tenham problemas renais ou doenças do fígado, pois são as vias pelas quais os medicamentos são eliminados do corpo.

No caso das mulheres, eles podem interferir no sistema hormonal?
Não se sabe com exatidão se os remédios interferem no sistema hormonal ou se o sistema hormonal altera a forma de atuação e eliminação dos remédios nas mulheres. No entanto, sabemos que as mulheres têm um maior potencial para desenvolver tolerância, mesmo em situações de uso sob acompanhamento, e um maior potencial de estabelecer dependência física.

Quem toma remédio para controlar hipertensão sofre algum risco extra com o consumo?
Depende do que chamamos de consumo. O uso controlado e acompanhado por médico pode, inclusive, auxiliar na estabilização da pessoa hipertensa se um dos fatores da elevação da pressão for um desencadeante emocional. Já o consumo abusivo e sem controle, pelo contrário, pode desencadear, entre outros efeitos, elevações bruscas e intensas na pressão arterial.

Quais os principais efeitos colaterais destes remédios?
Para os benzodiazepínicos, os efeitos são sonolência no dia seguinte, às vezes com sensação de ressaca, lentidão de reflexos e raciocínio, tonturas, perda relativa de memória e até disfunções sexuais, como a impotência e a falta de lubrificação vaginal. Para os não benzodiazepínicos, os mais modernos, há sensação de boca seca, vertigens, reações alérgicas, sonambulismo, dor de cabeça, náuseas, vômitos e redução do apetite sexual.

Tomar os remédios à noite e treinar de manhã pode interferir na absorção dos medicamentos pelo organismo?
São raras as situações em que atividade física é prejudicial ao organismo. O uso de medicamentos de alguma forma pode interferir no desempenho do treino. Nas mulheres, como já citamos os efeitos do uso e as diferenças de eliminação podem gerar diferenças de rendimento.

Esses remédios interferem no apetite?
Embora boa parte dos chamados benzodiazepínicos seja utilizada também para controle de ansiedade, sabe-se que isto não vale necessariamente para a ansiedade alimentar e, pelo contrário, por deixar a pessoa mais relaxada, também faz co que ela fique mais tolerante aos excessos. Além disso, por serem substâncias que atuam no ciclo sono-vigília, podem interferir nos demais mecanismos de nossa balança hormonal.

Um comprimido para dormir faz efeito?
Os novos medicamentos contêm em sua bula a informação de que se destinam a uso restrito, não necessitando ser usado de forma continuada ou por período prolongado. Relembrando: Insônia pode ser apenas um sintoma e o uso de medicação para dormir sem que a causa esteja esclarecida pode encobrir ou mascarar doenças mais sérias. Um comprimido isolado faz efeito (bom ou ruim). O consumo continuado também pode ser necessário ou prejudicial. Cada situação deve ser avaliada pelo médico.

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