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domingo, 12 de abril de 2009

O autoelogio ....

Tenho observado que algumas pessoas encaixam compulsivamente o autoelogio quando conversam. O que está por trás desse comportamento? Será que essas pessoas não têm senso do ridículo? Nenhuma modéstia? E o autoelogio em geral não é crível. Como posso lidar com isso sem ser desagradável ou grosseira?

Nunca antes pensei no autoelogio. A pessoa o faz para se valorizar diante do outro, claro. Mas, ao fazer isso, se desvaloriza porque revela a sua carência, expondo-se ao ridículo. Pode se tornar vítima da zombaria, se o outro quiser exercer o seu sadismo, se ele for perverso. Você tem razão de supor que o autoelogio corresponde a uma falta de senso do ridículo.

Acho até que o ensinamento da modéstia tem como finalidade proteger o indivíduo da maldade alheia. A modéstia é uma forma de sabedoria. O que todos queremos é o reconhecimento e só o indivíduo modesto pode ser reconhecido e elevado pelos outros. Agora, você me pergunta como lidar com a compulsão ao autoelogio sem ser grosseira. O que está implícito na sua pergunta é a raiva da pessoa que motiva este e-mail quando ela se autoelogia. Mas a compulsão é involuntária, tem razões inconscientes e a pessoa em questão é vítima de si mesma. Precisa ser ajudada.

Por outro lado, você deve se autoajudar evitando a raiva, que é o pior dos venenos. Nunca ninguém resolveu nada com este sentimento. Pelo contrário, ele é a causa da briga e da guerra. Portanto tem que ser vencido. E não há como vencê-lo, simplesmente querendo afastá-lo de nós. É necessário entender qual a origem dele na nossa vida. Como foi que - inconsciente ou conscientemente - nós aprendemos a nos entregar à raiva.

Barack Obama, que é um grande pacifista, conta em A Origem dos meus Sonhos que ele leu Coração das Trevas, de Joseph Conrad, para entender como os brancos aprendiam a odiar os negros, qual a razão do seu medo. O procedimento dele pode servir de exemplo.

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