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domingo, 5 de abril de 2009

Big Bang .....

A explosão inicial que teria dado origem ao Universo

O Prêmio Nobel de física de 2006 foi concedido a uma dupla de pesquisadores americanos, John Mather e George Smoot, por sua contribuição em comprovar a teoria do Big Bang sobre a formação do Universo.

Para conhecer a teoria do Big Bang, devem-se conhecer previamente alguns conceitos.


Efeito Doppler
Em 1842, Christian Doppler descobriu que, quando um corpo luminoso (ou sonoro) se aproxima de um observador, o comprimento de onda da luz emitida por ele diminui e, inversamente, aumenta, quando ele estiver se afastando.

Esse efeito ficou conhecido como efeito Doppler.

No nosso cotidiano, podemos observá-lo. Quando um carro se aproxima de nós, buzinando, percebemos o som mais agudo (maior freqüência). Quando ele se afasta, o som se torna mais grave.

No caso dos corpos estelares, esta mudança de freqüência se dá na luz emitida pelos corpos se afastando, que tende para o vermelho.


Velocidade das galáxias
Em 1929, o astrônomo Edwin Powell Hubble - trabalhando no telescópio Hale do Palomar Observatory (que, durante muitos anos, foi o maior do mundo) - descobriu que as chamadas nebulosas nada mais eram que galáxias distantes. Mais tarde, usando o efeito Doppler, provou-se que, além de estarem fora da nossa galáxia (a Via Láctea) estavam se afastando a velocidades muito grandes.


Teoria do Big Bang
Ora, se as galáxias estão se afastando, isso poderia significar que elas estavam mais próximas em tempos remotos. E se elas estivessem tão perto que se concentrassem em um único ponto no início dos tempos?

Nasceu assim a teoria do Big Bang: ponto inicial foi uma explosão, a uma temperatura altíssima. O Universo começou a se expandir e a esfriar. Na verdade, essa idéia começou a ser discutida a partir da intervenção do padre e cosmólogo belga Georges Lamaître, para quem o Universo teria tido um início repentino.

A dilatação do Universo foi colocada em uma progressão aritmética por Edwin Powell Hubble, que descobriu a razão de seu crescimento, chamada de constante de Hubble. Com o conhecimento da lei de crescimento e sua razão, conseguiu-se estimar a idade do universo (provavelmente entre 8 e 12 bilhões de anos).


Microondas espaciais
Atribui-se a Arno Penzias e Robert Wilson, dos Laboratórios Bell, em New Jersey, EUA, a detecção, por acidente, da radiação cósmica de fundo, em 1964. Estudando interferências em comunicações, eles descobriram uma interferência que eram microondas vindas do espaço. Esta descoberta reforçou a teoria do Big Bang, pois, a propagação desse chamado ruído de fundo se dava em todas as direções e obedecia a constante de Hubble.

Outras descobertas começaram a ser feitas, reforçando cada vez mais a teoria. A medida de elementos químicos leves (hidrogênio e hélio) também mostra as transformações cósmicas.

Deve-se, porém, lembrar que o Big Bang ainda é uma teoria, ou seja, não foi provada, mas cada vez mais indícios a reforçam, como é o caso dos apresentados prêmios Nobel de 2006. Novas considerações do cientista russo George Gamov sobre o instante zero propõem que naquele momento a matéria começou a predominar em relação à antimatéria.

Mais contribuições deverão surgir num futuro próximo e acabar provando ou refutando essa teoria. É assim que a ciência se faz.
*Carlos Alberto Campagner é engenheiro mecânico, com mestrado em mecânica, professor de pós-graduação e consultor de informática.

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