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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Indústria do sexo pode ajudar a abrir a conservadora mentalidade chinesa.

A indústria do sexo e do lazer para
adultos é um negócio cada vez mais rentável na China, onde o setor
arrecada anualmente cerca de 38 bilhões de iuanes (US$ 5 bilhões) e
ajuda a abrir a mentalidade do conservador público chinês.

"Cerca de 80% dos produtos manufaturados que o setor exporta são
fabricados na China", disse à agência Efe o diretor do salão que
organizou a 4ª edição da Feira Internacional de Brinquedos para
Adultos de Xangai, Ryan Cheung, que terminou no domingo, dia 12 de
agosto.

Os 137 expositores que participam da feira, na maioria chineses,
apresentaram uma ampla gama de "brinquedos" para adultos de
fabricação nacional como bonecas de látex de dimensões humanas,
óleos e estimulantes, lingeries, chicotes, máscaras e uma vasta
coleção de vibradores.

"Este evento serve como ponto de encontro para exportadores e
importadores", mas também ajuda a abrir "a mentalidade dos chineses,
mais conservadores que os ocidentais", pois "uma vez preenchidas as
necessidades básicas, as pessoas procuram outros produtos",
acrescentou Cheung.

"Estes artigos não estão proibidos na China, embora muitos
acreditem que sim e por isso não se aproximam deles", comentou a
responsável pela Sunspice Lingery, Sunny, que se queixou, como
outros fabricantes, da pouca presença de importadores
internacionais.

A exibição também chamou a tenção de pessoas não ligadas
profissionalmente ao setor, como o casal Roy Luo e Momo Lao, que
após comprar um artigo de submissão e sadomasoquismo disse que a
feira "só poderia ocorrer em Xangai, que é uma cidade genial e muito
aberta".

Um dos atrativos para os curiosos era a coleção de 300 objetos
históricos apresentadas pelo fundador do primeiro museu do sexo do
país - em Tongil (província de Jiangsu) -, Liu Dalin.

Entre eles desenhos eróticos chineses do século XVIII, vibradores
de mais de duzentos anos, esculturas e jarras com gravuras que
"ajudam as pessoas a aprender sobre a cultura sexual da China",
afirmou Liu a imprensa local.

"Nunca tinha visto algo assim", comentou Elsie Zhang, que
visitava pela primeira vez a feira e se sentiu especialmente atraída
pela "lingerie sexy e 'brinquedos' de plástico".

A canadense estabelecida em Xangai Maya Majithia se mostrou
surpresa que "um país comunista permita" a realização da feira.

O americano Ross Kirsh, proprietário de uma fábrica de produtos
para adultos em Donguang (Cantão, no sul da China) e que participava
da feira pelo terceiro ano consecutivo, explicou que os fabricantes
ocidentais têm "uma visão mais global" e entendem melhor o que os
clientes estrangeiros querem.

Kirsh, responsável pela companhia Electric-Lingerie, comentou que
os chineses que visitam a feira se interessam especialmente pela
lingerie masculina, "mais que as mulheres, que têm um pouco mais de
medo, por razões culturais".

"Em outros anos as pessoas eram mais agressivas. Muitos queriam
levar os produtos para casa porque pensavam que eram como a
Playboy", uma das revistas para adultos mais bem-sucedidas do mundo
e que na China comercializa roupa com seu famoso logotipo de
coelhinho, pois as revistas pornográficas estão proibidas, explicou
Kirsh.

A importadora australiana da marca Love in Leather ("Amor em
Couro") Leanne Hill disse que, "apesar de ser pequena" a feira vai
bem, embora ainda longe de grandes exposições eróticas, como as de
Berlim, Las Vegas e Londres - para Hill a melhor do mundo.

Segundo a australiana, as marcas chinesas não se caracterizam por
serem inovadoras e "basicamente copiam" o que é criado por outros,
mas conseguem se estabelecer no mercado porque seus preços são muito
competitivos.

No entanto, nem todos confiam na questionada qualidade dos
produtos chineses ligados ao mundo do erotismo, como o diretor da
empresa de "preservativos da moda" BAB, Wen Yian, que os desenvolve
na China, mas produz na Malásia, pois "a qualidade é melhor".

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