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sexta-feira, 3 de julho de 2009

AGU pede à Justiça que intime Curió a apresentar documentos sobre guerrilha do Araguaia

A Procuradoria Regional da União da 1ª Região protocolou ontem na 1ª Vara Federal de Brasília um pedido de intimação de Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió.

De acordo com a AGU (Advocacia-Geral da União), a petição informa que Curió poderia ter documentos relativos à guerrilha do Araguaia necessários para o cumprimento da sentença que determina a localização dos restos mortais dos participantes do movimento.

Reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" informa que integrantes da guerrilha do Araguaia, comandada por membros do PC do B, foram rendidos e executados pelas forças militares do governo brasileiro. A informação faz parte do acervo pessoal de Curió.

No mês passado, o ministro Tarso Genro (Justiça), disse que Curió poderia ser útil na localização dos corpos. "Nós vamos procurar sim o contato com o Curió, a Comissão de Anistia juntamente com a Secretaria de Direitos Humanos para colhermos, se ele quiser, o depoimento para que nos facilite o trabalho de anistia para o povo da região [do Araguaia] que foi atingido por aqueles acontecimentos."

Reportagem da Folha informa que a comissão comandada pelo Exército para cumprir ordem da Justiça para localizar corpos de guerrilheiros do Araguaia começa a trabalhar na próxima semana e o primeiro local a ser vistoriado será o município de Xambioá (norte de Tocantins).

Informações coletadas nos últimos anos por historiadores e jornalistas sobre novos locais onde teriam ocorrido sepultamentos clandestinos serão desconsideradas pela expedição.

A procura dos corpos foi determinada por sentença da juíza federal Solange Salgado, da 1ª Vara da Justiça Federal em Brasília. Em 2003, ela determinou a entrega dos corpos às famílias. Como os recursos do governo fracassaram, o Ministério da Defesa resolveu montar a comissão para planejar a busca dos restos mortais.

A guerrilha

O episódio histórico conhecido como guerrilha do Araguaia aconteceu na segunda metade dos anos 60 e na primeira dos 70. Adepto da luta armada contra o regime militar, o PC do B enviou para o Araguaia cerca de 70 militantes, a maioria jovens.

Eles tinham a incumbência de iniciar um movimento, inspirado na revolução ocorrida na China nas décadas de 20, 30 e 40, que resultaria, na concepção dos dirigentes comunistas, na queda do governo militar.

Tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica enviadas à floresta dizimaram os guerrilheiros. Até hoje não se sabe o paradeiro dos corpos.

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