Separações, reuniões e fragmentos FLIP

Rupturas é o tema. Paulo Roberto Pires explica o que reúne Rodrigo Lacerda e Domingos Oliveira na mesma mesa. Um é escritor outro é cineasta, autor e diretor de teatro. Rodrigo lê um trecho de Outra vida, lançamento dele sobre o fim de um casamento de um casal jovem e urbano. De uma forma ou de Outra, os dois falam das dificuldades cotidianas do que seria o ideal de uma vida a dois. Rodrigo lê a cena de um parto e descreve o sentimento masculino diante do nascimento de um filho. Domingos joga com o humor e lê um texto sobre as suas separações: são cinco até agora e dá última saiu o filme que dá título à mesa. Até que sua fala toma o eixo dramático: porque afinal nos dilaceramos no fim de um grande amor? Domingos compara o fim de um grande amor ao paciente em estado terminal.

Depois das leituras, Paulo pergunta: quem são os personagens de vocês? Rodrigo explica que tentou trabalhar com as situações banais do dia a dia, com a qual ocupamos 90% do nosso tempo. Por isso, é preciso, diz ele, ressignificar os atos banais do cotidiano para que a vida tenha algum sentido. Domingos radicaliza: nada é banal porque em tudo do cotidiano e em todas as pessoas há um turbilhão incompreensível.

O debate toma um tema que sempre aparece na Flip: de onde vem os personagens? Paulo trabalha com a questão pontuando que os personagens de Rodrigo são muito diferentes dele, enquanto os de Domingos são muito parecidos. E numa festa que gira em torno da arte, o debate vai para o papel da arte na vida. Porque afinal continuamos vivendo?, pergunta retórica dos dois autores que acaba levando para o humor, quando Domingos diz: eu sou muito feliz mesmo quando tenho vontade de morrer, o que me acontece duas ou três vezes por semana. Ele arranca mais risos na platéia.

Até que Paulo pergunta: e toda história de amor termina mal? Não necessariamente, respondem os dois.

E você leitor, o que acha? Toda história de amor termina mal?