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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Política Ácida/CORONELISMO NO SENADO

CORONELISMO NO SENADO

O Senado está pegando fogo. Sarney literalmente não larga o osso e não se pronuncia mais a respeito de se de licenciar da maior e mais importante cadeira azul, continuando a presidir sessões e muitas vezes se ausentando deixando que estas sejam conduzidas pelo bom-humor de Mão Santa (PMDB do Piauíííí). Mas não era disso que eu queria falar.

Diretamente de reunião com o presidente da República surge Aloízio Mercadante (PT-SP), sempre sério, conciso e bastante aquiescente ao pedir em nome de seu partido, a mando do Presidente, que Sarney se ausente, se licencie, para que sejam feitas as apurações necessárias e estava ali um líder falando em nome de governabilidade e entrando num erro gritante do ponto de vista da Ciência Política, mesmo porque esta prevê que governabilidade é feita entre partidos e não entre caciques. Mas não era disso que eu queria falar.

Ainda falando sobre o fogo do Senado, retorna de uma fase de recuperação cirúrgica o Sen. Pedro Simon (PMDB-RS), que resolve soltar o verbo, por sua vez, contra o Sarney com seu bigode e tudo, pedindo o afastamento do mesmo e quase dizendo: tome vergonha Sarney, saia daqui. Mas p´rá infelicidade de Simon eis que senta à maior cadeira azul o próprio Sarney, em lugar de Mão Santa, e faz uso do regimento da Casa interferindo seu discurso livre e cheio de apartes.

Nesse momento de mudança de clima entra um Senadorzinho do PMDB de Sergipe, um tal Almeida Lima, defensor de Renan Calheiros em tempos de outrora, cheio de dores porque o jornalista Fábio Zanini, da Folha de São Paulo, produziu uma matéria falando da continuação do nepotismo no Senado (Senado ignora decisão do STF e mantém nepotismo). De maneira desordenada e nervosa, Almeida Lima chama o jornalista de “canalha, abutre e urubu” e pede que a Procuradoria do Senado solte os cachorros no jornalista. Mais uma vez eis que surge Mercadante, aquiescente, apaziguador e sério pedindo que a Casa faça uma leitura à Lei que proíbe o nepotismo e que se o jornalista errou que refaça a matéria com as devidas correções.

O clima desviou o foco do bigode nepotista de Sarney e calou Pedro Simon que ali estava pouco se importando com a honra ferida do Senador do Estado de Sergipe. Mas a bruxa dava sinais de que ali estava quando o Sen. Tasso Jereissati (PSDB-CE) se exalta ao atacar, assim como fez Almeida Lima, nervosamente e com palavras de baixo calão, diretores da Petrobrás que deverão ser indiciados para a CPI da Petrobrás, mas o Sen. Jereissati se exalta mais ainda e com gritos de “não lhe dei aparte” o “bom velhinho” (sem barba ou cabelos) Eduardo Suplicy (PT-SP).

Em resumo, etc. e tal. Se Fábio Zanini errou ao fazer a reportagem, isso não faz dele um canalha ou abutre. Se o Sen. Almeida Lima se sentiu tão ofendido e acredita está correto, que faça uso do espaço do mesmo jornal prá provar que não está ferindo a Lei anti-nepotismo, mas não precisa esculhambar publicamente um jornalista reconhecido e respeitado no meio. Se Jereissati não queria dar aparte a Eduardo Suplicy que não o fizesse, mas não precisava dar sinais claro de sua fraqueza e frouxidão do seu discurso que, por mais politicamente corretos que estivesse, perde naquele momento o valor em troca de caráter truculento ainda tão presente no Nordeste como herança do coronelismo e mandonismo: aqui falo eu... e Sarney continua na maior cadeira azul do Senado.



Diretamente do laboratório de bizarrices,

Política Ácida

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