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terça-feira, 28 de julho de 2009

O amargor dos segredos

No meu ponto de vista, segredo é um dos maiores mistérios da humanindade. Todo mundo tem um, guarda um, guarda o do outro ou quer saber de um, Às vezes não guarda, mas mesmo assim fica sabendo. E aí quando se espalha… é aquela fofocagem, boataria que passa de ouvido ao outro cada vez maior, mais intrigante, mais surpreendente.

E ao mesmo tempo é angustiante: se o segredo é algo muitas vezes inconfessável você se pega pensando no que fazer com a informação; se é algo importante demais na vida de outra pessoa, você tenta ajudá-la sem saber como e como disfarçar isso. Uma faca de dois gumes, nesse caso.

Às vezes é aquele segredo que faz bem para você, para seu ego: aquela transa maravilhosa que você guarda só para si, aquele Jimmy Choo parcelado em 70 vezes, mas que é seu. Aquele olhar ‘arranca-roupa’ num dia que você estava meio para baixo, mas que seu marido mega ciumento nem pode desconfiar ou até mesmo um ex pelo qual você sofreu horrores te confessando (via MSN, e-mail) que você fez diferença na vida dele. Enfim, coisas dessa estirpe.

Mas o lado ruim dos segredos são os dos seus próprios, daqueles que só você sabe e que não confessa a ninguém pois reluta em consenti-lo, se nega a acreditar que possa ser verdade. E por vergonha, medo que se materialize, guarda só para você. Vez ou outra, durante surtos pseudo esquizofrênicos, sai a tagarelar com plantas, flores, bichos de pelúcia ou a fumaça do cigarro para ver se aquele nó, se aquela ardência que vive a trafegar pela boca do estômago, garganta, peito, córneas, desaparece, alivia ou te larga de vez.

É aquele segredo que embola no meio da garganta e você não sabe o que fazer com ele: se o vomita e põe tudo que conquistou a perder, se o engole junto com as verdades que te assombrarão por mais tempo que deveriam, se o leva para o túmulo quando morrer. Ou se vai vivendo um dia atrás do outro, jogando para o fundo do baú que é seu cerébro, tentando ficar menos quieta, menos incomodada, até parar de doer.

E enquanto não se descobre o que fazer, vai chorando sozinha esse amargor. No meu ponto de vista.

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