Coluna Contraponto - Clique no LINK ABAIXO

domingo, 12 de julho de 2009

O casamento esfriou. E aí?

EDIÇÃO ATUAL
EDIÇÕES ANTERIORES
ESPECIAIS



CAPA
REPORTAGENS
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
BRASIL
COMPORTAMENTO
MEDICINA & BEM ESTAR
MEIO AMBIENTE
ECONOMIA E NEGÓCIOS
CULTURA
COLUNISTAS
BRASIL CONFIDENCIAL



EDITORIAL
ENTREVISTA
A SEMANA
GENTE
EM CARTAZ
OPINIÃO & IDÉIAS
SEU BOLSO
BASTIDORES



FALE CONOSCO
EXPEDIENTE
ANUNCIE
ASSINE ISTOÉ
LOJA 3



Selecione o site ISTOÉ Dinheiro ISTOÉ Gente MotorShow Menu Planeta Dinheiro Rural Go Outside -------------------- Assine 3 Shopping 3



Capa



Rotina, perda do desejo, chegada dos filhos. Existem várias explicações para os casais perderem o interesse pelo sexo. Mas há como recuperá-lo

Carina Rabelo





A temperatura debaixo dos lençóis varia de morno para gelado. A vida sexual de quem é casado está longe de ser esfuziante. No mais amplo retrato do comportamento dos brasileiros nesta área, uma pesquisa com oito mil pessoas entre 15 e 64 anos divulgada no mês passado pelo Ministério da Saúde, descobriuse que 11% dos casados não fazem sexo há pelo menos um ano. Isso não acontece apenas aqui. Nos Estados Unidos, dados do General Social Survey, programa da Universidade de Chicago que monitora as mudanças na sociedade americana, revelam que 15% das pessoas que vivem sob o mesmo teto estão entre seis meses e um ano sem manter relações sexuais. Mesmo quando dizem que há amor, muitos casais não transam. Por quê?

Diferentemente dos animais, os seres humanos não fazem apenas sexo - seja para reprodução, seja para obter prazer. O erotismo é exclusivo da nossa espécie, e é nesta energia, vibrante e criativa, mobilizadora dos sentidos e da imaginação, que reside o elemento-chave para uma relação prazerosa. Em geral, quando o sexo deixa o casamento, é porque o erotismo perdeu espaço. A libido foi vencida pelo dia a dia massacrante.

O desgaste promovido pela rotina costuma ser apontado como uma das principais razões para o desinteresse pela vida sexual. Estressados e atormentados pela falta de tempo, homens e mulheres fazem malabarismo para criar os filhos, pagar contas, aumentar o patrimônio da família e estar no topo do ranking dos melhores no trabalho. O sexo, que era prioridade no início da vida afetiva, perde espaço para o cotidiano.

Nesse contexto, a chegada dos filhos é um marco. Crianças pequenas demandam energia e disposição. Quando dois viram três inicia-se uma nova fase no casamento. Esta transição, um dos maiores desafios para os casais, está sendo enfrentada com dificuldade pela secretária Débora Bortolleti, 35 anos, e o consultor Marcello Mezzanotti, também 35 anos, casados desde 2004.

O nascimento da filha, há dois anos, foi o começo da crise. Segundo ela, há muita ternura e amizade na relação, mas também brigas e diferenças grandes de temperamento. "O sexo foi se tornando escasso e, agora, estamos há seis meses sem transar", diz ela. "Quanto mais o tempo passa, mais longo fica o caminho a ser retomado."

LIBIDO FEMININA

A falta de desejo, sobretudo para as mulheres, é uma das questões centrais em casamentos frios na cama. Estudo realizado pela Universidade de Hamburg-Eppendorf, da Alemanha, revela que, no início do relacionamento, 60% delas querem sexo com frequência. Depois de quatro anos de união, este índice cai para 50%. Após 20 anos, chega a 20%. Entre os homens, o desejo permanece inalterado para 70% deles. "O sexo não é uma prioridade para muitas mulheres", explica Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo a pesquisa Mosaico Brasil, realizada no ano passado e coordenada por ela, o sexo está em 3º lugar no quesito qualidade de vida para os homens, atrás apenas de alimentação saudável e tempo de convivência com a família. Para as mulheres, cai para a 8º posição, perdendo - atenção, maridos - para (1) alimentação saudável, (2) tempo de convivência com a família, (3) qualidade do sono, (4) prevenção de doenças e cuidados com a saúde, (5) trabalhar no que gosta, (6) ter tempo para atividades culturais e hobbies e (7) convivência social. Outro componente para a diminuição da libido feminina é a dificuldade delas em separar o sexo do afeto. "Quando a relação não vai bem, ela pode sentir repulsa até mesmo quando tocada", diz a psicóloga Giovana Tessaro

Nenhum comentário: