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sábado, 13 de dezembro de 2008

Cuide-se ( WALMAR BUARQUE )

É uma questão de qual lado você se encontra. Um gerente consegue pensar nos próximos três anos, um diretor uma década e um empreendedor, trinta anos.
Uma vez traçados os planos para os executores da ação são delineados os objetivos e a persistência na conquista em realizar seus sonhos.
Para os que querem uma solução para aquele problema, aquela situação de manter e realimentar uma realidade desgastante e combatida por todos como é a situação dos meninos e meninas de rua e o prolongamento com os sem terra, faz com que problemas conjunturais e similares se juntem a esses e criem um sistema instável e de seqüelas profundas em nossas vidas.
No caso dos meninos e meninas de rua se ignorados como estão, trará uma seqüência de novos problemas como a super lotação nos presídios e pseudas ressocializações. A insegurança nas ruas, o prejuízo ao turismo, a inconveniência do relacionamento com menores pedintes expõem uma convivência incompetente dos poderes públicos para a solução do problema.
Com os sem-terra a problemática é maior, mas é tratada da mesma forma e com a mesma displicência e complacência dos que promovem a manutenção da situação como se fosse cômoda para alguns, mas o que nos parece é que existem interesses inconfessáveis para a manutenção dessa situação, que provocam um sentimento de irresponsabilidade que estimulam outros grupos como os sem-teto, os “sem-saúde”, os “sem-dinheiro” e os “sem-vergonha” que patrocinam e estimulam os “sem-responsabilidade” a manterem a custa de vidas e de práticas criminosas como os saques e pedágios em estradas e favelas, essa situação insustentável de democracia participativa e cidadã.
A reboque dessa pseuda participação democrática do povo brasileiro, os proprietários, arrendatários e meeiros se organizam e se armam para defender o que eles chamam de área produtiva e que o outro lado chama de improdutiva; onde está a verdade? Quando e como uma terra é produtiva? Será que quando abandonada pelo latifundiário ou quando ocupada pelo improdutivo invasor?
Se for improdutiva porque os invasores queimam e destroem tratores, máquinas, casas, lavouras e os animais? Por que não manter o que foi feito e está lá para ajudar em caso de permanência na produção tão desejada?
Se fôsse produtiva por que não usar os equipamentos para produzir o suficiente para que não fosse considerada improdutiva? Sei lá! O que está por trás dessa maquiavélica situação! Talvez quem sabe, valorizar o que não presta e tentar vender caro para o Estado o que não se consegue no mercado?
Pode ser, mas não tem sentido a manutenção desta situação urbana. Seja qual fôr o motivo que tiverem, não podemos nos dar ao luxo de patrocinar mão de obra barata para bandidos e traficantes.
Vamos pensar que até os mais altos dirigentes desse estado e do país estarão em breve a mercê de homens e mulheres desocupados e disponibilizados nas cidades dispostos a buscar seu sustento na base da violência.
O que faz você autoridade, pensar que não acontecerá nada com você e com os seus mais chegados? Quanto mais você se expõe mais vulnerável ficará, quando os pobres e miseráveis perceberem, que vocês os estão enganando.
Cuidem-se! O povo não lê, mas vê televisão e ouve rádio, e sente na pele a sua inoperância e acompanha a sua trajetória na direção de carros importados caríssimos, na exposição de fotos nas colunas sociais e nas mansões em que moram. Cuidem-se! Todos estão de olho em vocês.
Se a fome aumentar, se o seu cinismo continuar afrontando os mais excluídos, surgirá de onde não se espera a rebordosa, e o confronto será inevitável.
Pense nisso! Cuide-se!


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