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sábado, 13 de dezembro de 2008

Terrorismo no Carnaval ( WALMAR BUARQUE )

São várias as formas de terrorismo. O da fome, o da miséria o do abandono... Mas existem ações paliativas para que o terrrorismo não se torne explícito e ofensivo. A voracidade das ações do terrorismo é visível e contundente quando apreciamos por exemplo o desfile das escolas de samba de Maceió. O que é aquilo? Terrorismo social puro. Enganação, fazer o povo de besta, dar migalhas de recursos numa afrontosa exposição do povo ao ridículo visto de longe com desdém pelas autoridades públicas que por razões óbvias também acabam sofrendo deste mesmo terrorismo, ao se submeterem em acompanhar e fazer de conta que existe uma comissão para avaliar e classificar a humilhação de uma manifestação desorganizada sem tradição nem profissionalismo. É mais uma justificativa para se dar dinheiro a cabos eleitorais para manter o circo da enganação e do descaso. As caras dos turistas embasbacados e ruborizados rindo e se manifestando de forma estranha questionando se aquilo seria o grande espetáculo das escolas de samba do Brasil, que tanto fazem sucesso no exterior. Se isso não é escola de samba, o que é isto? – perguntava um português boquiaberto com o que via e não entendia.
No palanque estão as autoridades do município? – perguntou um. – Provavelmente sim, respondeu outro, – pagando todos os seus pecados. Indescritível, abominável, ridícula a organização. Mas para que organização de uma coisa que não existe? Puro terrorismo à paciência dos moradores da orla. Se é para fazer, tem de fazer bem feito. Estimular os organizadores a trazerem de fora profissionais como foi feito em São Paulo. Estimular a mesma participação da sociedade excludente como participam no Rio de Janeiro e como os daqui fazem do Maceió Fest, um sucesso financeiro.
Mas aqui em Maceió, Escola de Samba é para pobre e para eles isto basta. Deixa prá lá! É uma manifestação amadora espontânea. É assim mesmo. Afirma um expert do turismo. Mas a vingança é o terrorismo que as autoridades tem de engolir ao se prestarem a assistir e a aplaudir, aquilo como se estivesse assistindo o mais bonito espetáculo da terra. E que não fiquem para ver e aplaudir para ver o que acontece nas próximas eleições. Por que não estimular outras manifestações como os blocos. Fazer concurso com prêmios para temas, fantasias e animação? No mesmo trecho da avenida, poderiam fazer também os desfiles dos tradicionais bois com jurados e premiações diferentemente do que é feito agora, ou seja, parados em apresentações na praça Multieventos. Animação é o que não faltaria e o turista veria algo diferente e trataria de espalhar para todos os cantos do mundo que Maceió tem um excelente desfile de bois e de blocos, por que não? Mas pelo amor de Deus, escola de samba como essas que aí estão, é terrorismo demais. Desprestigia, empobrece e humilha o povo e faz com que os turistas e espectadores mais esclarecidos saiam envergonhados do que viram. O povo e suas tradições ou até mesmo suas vontades tem de ter apoio real e participação efetiva da autoridade responsável que estimula “aquilo” que não só deprecia a vontade popular como coloca em questionamento os que promovem e financiam “aquela” pobreza de terrorismo cultural.

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