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sábado, 13 de dezembro de 2008

Fraternidade de Cupinchas ( WALMAR BUARQUE )

* Walmar Buarque
No ano passado aconteceram reuniões promovidas por um grupo de políticos que se alimentam de discussões intermináveis e improdutivas, sobre situações que eles mesmos estimulam através da ociosidade e do conluio com um comportamento mesquinho, corrupto e partidarizado contribuindo para a situação caótica em que se encontram crianças e adolescentes de Alagoas, particularmente de Maceió.
Em um editorial de um jornal local foi publicada uma observação crítica acerca da ausência de entidades que atendem a esse segmento de excluídos e, ainda mais crítica, com relação à ausência de autoridades que, no entender do editorialista, deveriam estar presentes numa discussão tão importante, já que naquela ocasião se comemorava mais um ano do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), tão discutido em todo o país. Mas aqui em Maceió é diferente, tudo aqui se distingue pela indiferença e pelo descaso: "Ficar sem dinheiro é um estado temporário; ser pobre é um estado de espírito". Isso também se aplica à oportunidade, à maneira como esses homens vêem essa situação a qual reflete sua atitude mental; por eles, não comentaremos mais, pois são dignos de nosso desprezo.
E os presentes à reunião? Apenas duas autoridades, as mesmas que manipulam jovens aspones, que se entregam à manipulação partidária desses políticos que por sua vez criam e estimulam redutos e guetos de assistencialismo e clientelismo tão comuns à prática política a mesma que, eventualmente quando pertinente, é criticada por eles.
Não foi surpresa para nós a falta de convite a algumas outras entidades, visto ser essa uma prática usual de alguns políticos e de seus aspones de esquecerem por exemplo, de convidar o Projeto Catarse, talvez o mais combativo e atuante no atendimento às crianças de rua de Maceió, que sistematicamente, com críticas contundentes nos meios de comunicação, vem denunciando o descaso e a omissão dos políticos na efetiva ação para que o ECA seja implantado e compreendido pela sociedade como sendo um importante suporte para a ascensão desses milhares de adolescentes alagoanos ao seio da sociedade como cidadãos.
São mais que meras reuniões festivas, das quais nos excluem para evitar o constrangimento do confronto com quem faz e ouvirem o verdadeiro diagnóstico da utopia dos projetos que priorizam a viabilidade de milhares de reais para supostas capacitações dos mesmos, sempre os mesmos aspones que abusam da teoria para se beneficiar do dinheiro público e da desgraça de um segmento que só persiste nessa miséria graças aos capacitados para mantê-los nessa situação.
Não dá mais para esses políticos e seus aspones! Nem mesmo para convivermos em períodos tão pequenos como essas reuniões, pois eles não suportam tanta liberdade do direito de criticar, de uma vivência diária e produtiva no atendimento aos adolescentes de rua e de uma insuportável independência política e financeira do Projeto Catarse, nesse Estado de homens públicos pobres de espírito.

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