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sábado, 13 de dezembro de 2008

Por que criticar? ( WALMAR BUARQUE )

WALMAR BUARQUE *
Por serem meus artigos basicamente textos críticos, toda semana o Catarse recebe uma enxurrada de cartas e telefonemas sugerindo assuntos que poderiam ser publicados. O fato é que as pessoas – e principalmente as autoridades – não estão acostumadas a lidar com crítica, um elemento importante na imprensa alagoana, e assim nos estimulam a fazê-la, e a crítica vem a ser justamente a maior virtude deste colunista. Não temos compromissos com qualquer autoridade, partido ou ideologia. Somos cidadãos comuns, com uma consciência moral e política que torna impossível fechar os olhos aos absurdos da política, à falta de respeito das autoridades para com o povo, aos desvios de verbas e ao cinismo dos poderosos. Desempenhamos um papel semelhante ao do ombudsman de um jornal, sendo o nosso alvo de crítica aqueles que regem a sociedade, e nosso compromisso é com os que não têm voz na política. Nossa crítica é a do cidadão alagoano, independente e não partidário.
Enquanto aqueles que estão no poder ou em posição de exercer influência sobre a sociedade não exercem a auto-crítica, a vigilância e os questionamentos de suas atitudes terá de vir de outro lugar. É esta necessidade que nos leva a seguir a linha crítica, o que não exclui elogios a atitudes que consideramos positivas para o desenvolvimento do nosso Estado.
Procuramos, enfim, promover um processo de conscientização do leitor, em um país que tem memória curta, cujos habitantes, na sua maioria, não possuem um olhar questionador ou consciência política, e que vivencia, no seu dia a dia, a contradição de viver num país rico a exclusão e discriminação social, o desemprego, a falta de saúde, educação e lazer, enfrentando uma economia onde a concentração de renda é absurda. A realidade é visível: ou mudamos nosso comportamento e passamos a pensar mais nos menos favorecidos ou estaremos caminhando para um confronto violento e inevitável.
Assim como vigiamos os políticos e as figuras em destaque da sociedade, não tememos ser, também, alvo de críticas, desde que as mesmas tenham fundamento. O debate e convivência de diversas tendências ideológicas na imprensa são essenciais para o Brasil. Se nossos leitores pensam e questionam o que vem sendo escrito aqui nos últimos meses, podemos sentir o prazer de termos cumprido nosso dever perante a sociedade.
E gostaria nessa oportunidade de agradecer os inúmeros gestos de gratidão e admiração de muitas pessoas conhecidas e anônimas que, através de telefonemas, e-mails e encontros fortuitos nas ruas e shoppings; fato este que nos deixa extremamente gratos a todos que lêem no O Jornal os meus artigos. Muito obrigado!

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