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sábado, 13 de dezembro de 2008

Tudo é festa ( WALMAR BUARQUE )

*Walmar Buarque
Festa, tudo é festa. Para os meninos e meninas de rua tudo é uma festa. Sábado, domingo, feriado, dias sem movimento no comércio, também é festa.
Mas para alguns, festa é determinante para colocar para fora toda sua agressividade e repressão acumulada na frustração do seu dia a dia sem objetividade e quase sempre na ociosidade.
Esses casos que vêm acontecendo aqui em Maceió não são novidades, pelo menos para os que freqüentam as casas noturnas e shows de nossa cidade. Existe um motivo para isso, a omissão dos organizadores das festas..
Já há algum tempo atrás numa festa de 15 anos de uma filha de uma personalidade colunável, cinco menores saíram direto da festa para o hospital, todos entorpecidos pela violenta e desnecessária bebida alcoólica servida a menores. Recentemente na Mansão dos Farias numa festa de 15 anos uma adolescente ficou em coma alcoólico, numa conivência de pais vítimas dessas comemorações e da criminosa e estimulada organização que não tem a consciência de que em festa de 15 anos não é permitida bebida alcoólica e muito menos estimular os adolescentes a tomá-la, pois é servida por garçons contratados para que ninguém fique fora da festa do álcool. Tudo bem que em festas particulares a fiscalização fica difícil por parte do juizado e do conselho tutelar, mas em lugares públicos é dever e obrigação desses órgãos fiscalizar e proibir a venda e uso de bebidas que contenham álcool, que por sinal é droga, ou não é?
Tudo bem é proibido a uma adolescente de 14 anos assistir a um filme censurado para menores de 16 anos, mesmo acompanhado dos pais, é lei, tudo bem. lei é para ser cumprida. Mas porque essa adolescente pode entrar sozinha e ficar até o amanhecer em boates, onde a venda de bebidas alcoólicas é livre e o seu uso é estimulado pela promoção do ingresso que dá direito a pelo menos um primeiro copo. E a lei? É preciso discutir e aprofundar essa libertinagem com nossos filhos. Como vou proibir o meu filho de ir, se todos os seus amigos vão? Por que seria eu tão diferente dos outros pais? Não posso proibi-lo, mas o juizado poderia e ainda mais, fechar e multar as casas noturnas que permitem esse acesso livre e promíscuo com o objetivo financeiro ganancioso de explorar menores sem que ninguém faça objeção diante da omissão das autoridades responsáveis.
É permitida a entrada de menores nos shows, é proibida a venda de bebidas alcoólicas e nesse caso deveria ter hora de começar e de terminar de acordo com a idade permitida.
Quer vender bebidas alcoólicas? Que seja proibida a entrada de menores. É isso, só isso resolveria o problema.
Meus filhos não iriam porque todos os seus amigos da mesma idade também não iriam. Resolvido o problema só com a aplicação da lei e o seu cumprimento. Em casos de flagrante a festa acaba, o proprietário é preso e a casa fechada. Pronto, é assim que deveria ser.
Mas por que não é assim?
É a impunidade, o desrespeito e a falta de interesse de todos que teriam a responsabilidade de fazer a lei ser cumprida.
Mas a quem interessa esse descumprimento? E a responsabilidade dos organizadores dessas orgias alcoólicas, não seriam os culpados pela indução ao vício? Não seriam também responsáveis pelos atos de vandalismo e violência nesses eventos?
Casas conhecidas de Maceió que promovem shows são verdadeiras ratoeiras que colocam todos nossos filhos em perigo de morte, quando não pelos espancamentos às vezes promovido pelos próprios seguranças, outras pela conivência e até mesmo pelo medo de não saber com quem estão se metendo e aí ter posteriores conseqüências de seus atos. É também pela falta de segurança física em caso de acidentes em lugares sem saída de emergência que poderemos ter em breve uma maldita surpresa, que vai nos enlutar a todos pela inobservância de leis e condutas que trariam segurança para a concentração de tantos jovens e adultos nesses lugares.
E de quem será a culpa? Quem trará nossos entes queridos de volta?
Ninguém, absolutamente ninguém. Pois em casos já acontecidos em outros estados, tudo fica por isso mesmo. Foi uma fatalidade! Dizem os irresponsáveis.
E como com os meninos e meninas de rua é festa todo dia, cheirando cola, bebendo álcool anídrico, cachaça e abandonados como filhos, na intrigante omissão do cumprimento de direitos e deveres de todos nós brasileiros.
Sábia norma de conduta é resistir ao mal logo que surgir, antes que nosso único conforto seja sentir, cantar nosso amor e nossa perda.

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