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sábado, 13 de dezembro de 2008

Paixão pelo possível ( WALMAR BUARQUE)

Hoje em Maceió, constata-se o maior descaso já visto nos últimos 15 anos com a situação das crianças e adolescentes de rua agora em situação de máximo risco de sua integridade física e de total abandono por parte das autoridades públicas responsáveis pela assistência social do Estado e do Município. Como podem dormir tranqüilas essas autoridades quando se constata o aumento do número de famílias inteiras ao relento nas ruas acompanhadas de crianças de no mínimo três anos? E essas autoridades não se manifestam nem mesmo para cumprir a formalidade de dar satisfação ao cidadão e, até mesmo de forma hipócrita, mostrar sua indignação pela falta de recursos, os quais se existissem, fôssem para suas secretarias e bem investidos trariam solução para o problema. Justificar que os repasses do orçamento não privilegiam a assistência social que do total apenas 6% dos recursos alocados são destinados a todos os serviços inerentes à prefeitura incluindo aí a assistência social. Essa posição por si só, já nos traria indignação; porém, para o público externo, seria já uma satisfaçãozinha.
"Não é fácil, nada a declarar! Precisamos trabalhar a família, etc...” É assim que respondem os nossos questionamentos, os que assumem a responsabilidade da solução do problema existente que tanto nos transtorna. Hoje em Alagoas, assistência social, tanto estadual quanto municipal, resume-se aos repasses de verbas federais, pagamentos dos altos e disputadíssimos salários dos secretários e dos funcionários comissionados das secretarias. Nos gabinetes desses órgãos públicos, encontra-se amontoado um número significativo de assistentes sociais, psicólogas e outros funcionários qualificados na ociosidade e no trabalho contínuo de vender produtos estranhos à sua formação profissional, tais como cosméticos e vestuário feminino, esquecendo-se que, quando formadas nas Universidades públicas, tanto as assistentes sociais quanto as psicólogas firmaram outro tipo de compromisso com a comunidade: o de prestar relevantes serviços aos pobres, aos desassistidos e a esse número expressivo de abandonados e de esquecidos alagoanos. Principalmente aquelas que foram, quando estudantes, mantidas pelo dinheiro público que financiou a sua formação profissional. Estudaram, formaram-se e agora trabalham sob as tetas da desordem da administração do dinheiro público. Enfim, é com os recursos retirados à fórceps do contribuinte que essa bandalheira falsamente democrática se sustenta, avalizada pelo voto dos analfabetos. E ainda assim, reunem-se em torno de uma mesa redonda para avaliar o descaso e a omissão de quinze anos da não efetiva aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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