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sábado, 13 de dezembro de 2008

Pensem nisso.1 (WALMAR BUARQUE)

Em sua grande maioria as pessoas vivem em contradição consigo mesmas, e em contínuos mal-entendidos: geralmente não o notam, até que algum acontecimento extraordinário os retire de sua sonolência e omissão habitual e os force a dar uma olhada em si mesmos e em volta de si.
Um alcóolatra atropela e mata pessoas que estavam na calçada – Aí, acordamos para o uso indiscriminado do álcool e a direção perigosa por adolescentes e adultos.
Um acidente nas estradas, causa dezenas de mortos. Aí, acordamos e nos tocamos de nossa omissão nas dicussões das péssimas condições de nossas estradas.
Um tiro na cabeça de um de nós, dado por brincadeira mata nosso filho, amigo, conhecido. Aí, mobilizamo-nos pelo desarmamento e clamamos por justiça.
Descobrimos e até mesmo maximizamos o uso de drogas por nossos filhos ou de amigos próximos. Aí, recorremos a tratamentos ineficazes e colocamos toda a culpa nos amigos próximos e na mais completa omissão da polícia no combate aos ‘grandes’ traficantes de drogas.
Um estupro seguido de morte mobiliza a sociedade num estupor de sofrimento e revolta. Aí, colocamos a culpa na polícia, na justiça e a revolta aumenta com a impunidade.
Na política como na convivência comunitária, ladrões e vítimas, opressores e oprimidos, vivem uns ao lado dos outros, como verdadeiros exploradores. São as mesmas pessoas ‘livres de preconceitos’, políticos e religiosos, que maltratam e oprimem conscientemente.
É preciso acreditar que essa dominação não se prolongará por muito mais tempo. Enquanto os principais chefes politicos enganam perdem os votos dos eleitores conscientes. Servidores, ou criaturas que se dedicam em manter a integridade dessas odiosas instituições, sentem que muito em breve elas ruirão, pois não se engana muitos por muito tempo. Pois como estamos a imaginar que as pessoas transformaram a politica em profissão e conhecendo seus sórdidos objetivo de injustiça, de violência, de mentira, de traição, e de assassinatos em massa de crianças e adolescentes, ou de crimes políticos isolados, será que ainda assim eles acreditam sinceramente que o povo sente na política, a sabedoria do Estado como gerador da felicidade social? Eles (o povo) não podem ter chegado a esse grau de tolice, pois estão cansados de vivenciar toda crueldade dessa politicagem, que só beneficia os privilégios, massacra e humilha os pobres que os elegeram.
No comportamento humano, a possibilidade do mal pouco produz indignação pois, na sua grande maioria analfabeta vivenciando sua existência social aliada às igrejas e às suas crendices que os fazem mansos e conformados mesmo com toda a diferença que os excluem da possibilidade de sucesso pessoal e financeiro. Eles trabalham para outros e no seu trabalho, privado de liberdade, de lazer, do exercício da sua inteligência e por isso mesmo pressionados a passar fome desde a mais tenra adolescência, ganham sua triste vida, vendendo a sua força fisica, o seu trabalho, nas mais duras condições sem que tenha nem o pensamento, nem a faculdade material de saber exigir o que lhe é negado dos seus reais direitos de cidadão brasileiro.
Algumas vezes revoltam-se, trazem desgraça e tristezas através da violência a muitos e até a alguns bem próximos de nós.
Pensem nisso!

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