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sábado, 13 de dezembro de 2008

Três Perguntas(WALMAR BUARQUE)

A todo o momento, nas diversas situações do dia a dia nos deparamos com certos questionamentos que nem os mais sábios e poderosos podem responder ou não procuram respostas para essas questões, mas um governante mais preocupado com sua conduta diante de uma situação generalizada de descaso, omissões, desenfreada corrupção, descontrole ético improbidade administrativa, partiu para uma empreitada de descobrir respostas para seus questionamentos.
E naturalmente procurou nos confins desse mundo, onde habitam os mais sábios ermitões respostas para suas perguntas. Depois de percorrer rincões, vales e planícies ele encontrou um ermitão que fazia seu trabalho na lavoura, e logo que o viu se aproximou e manteve um contato amigável com o desconhecido, mas que mostrava no seu semblante inteligência e experiência suficiente para lhe responder as suas perguntas. De pronto o governante, também desconhecido para o ermitão, pediu a enxada e começou a ajudá-lo na tarefa de produzir o sustento de uma suposta família do desconhecido enquanto esse descansava observando o voluntarismo do peregrino, este começou a falar de seus questionamentos e começou a perguntar ao ermitão:– Amigo, responda-me! Como fazer o certo na hora certa? Essa é uma das três questões que mais me aflige. Em sua sabedoria, o idoso ermitão poderia responder?
Na sua sabedoria de quem passou a vida a observar e meditar junto à natureza, a respeitar sua integridade e preservar sua qualidade de vida, de pronto respondeu: - Somente um momento é mais importante: O agora, é a hora mais importante porque é um dos únicos instantes em que tem algum poder.
O governante parou de lavrar e começou a meditar por alguns minutos, e logo em seguida formulou a segunda pergunta: - Amigo ermitão!. Quem são as pessoas de que mais preciso e a que devo portanto prestar mais atenção? O ermitão entretido em observar a paisagem, como já soubesse o que responder demorou na contemplatividade daquela paisagem de paz e tranqüilidade em que vivia, e como um sábio respondeu:
- O mais necessário é aquele com quem você está, pois ninguém sabe se vai tornar a lidar com um outro alguém.
- Naquele momento o governante começou a pensar na sua vida e na missão a que foi empossado, e na sua mente veio o compromisso assumido com aqueles que ele prometeu mundos e fundo.
Mas faltava ainda a última pergunta para ser respondida, a qual foi o motivo da sua peregrinação e ele a formulou:
- Amigo ermitão! Que assuntos são mais importantes e que precisam primeiramente da minha atenção?
De pronto o sábio ermitão desta vez não titubeou e respondeu: – o assunto mais importante é fazer o bem para todos, pois com este propósito foi o homem enviado a esta vida.
Estas respostas às perguntas do governante são um exemplo para todos os que agora se propõem a assumir uma responsabilidade que passa do desejo do poder e extrapola para os anseios daqueles que votam e deverão num futuro próximo cobrar compromissos assumidos para com uma multidão de miseráveis, famintos e analfabetos que esperam para essas perguntas as respostas e que deverão ser as mesmas do sábio ermitão.
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